Moscou voltou a mirar nesta quinta-feira (2) os governos europeus, acusando-os de atrapalhar qualquer possibilidade de paz com a Ucrânia. O presidente Vladimir Putin afirmou que as lideranças do continente alimentam um clima de medo ao sugerirem que a Rússia pretende atacar a Otan. Segundo ele, esse não é o objetivo do Kremlin.
“Eles estão criando histeria, dizendo que a guerra com a Rússia está próxima. Isso não está nos nossos planos”, disse. Putin destacou, no entanto, que a aliança militar já atua no conflito, fornecendo armamentos, treinamento e inteligência para Kiev. Para ele, essa rede de apoio ocidental representa um desafio, mas não altera o equilíbrio do conflito. “O exército russo é o mais capaz. Temos militares suficientes, não realizamos mobilização forçada como a Ucrânia. Os esforços para nos derrotar fracassarão”, afirmou.
O líder russo também deixou claro que acompanha a intensificação militar na Europa e prometeu agir se provocado. “Se alguém quiser competir na esfera militar, a Rússia provará mais uma vez que responde rapidamente. A fraqueza é inaceitável”, declarou.
Putin ainda reagiu a declarações do presidente americano Donald Trump, que chamou a Rússia de “tigre de papel”. “Não sei se ele foi irônico, mas se a Rússia é um tigre de papel, então o que é a Otan?”, questionou.
Antes das falas de Putin, o porta-voz Dmitry Peskov já havia responsabilizado a Europa pelo impasse diplomático. Peskov afirmou que, após o encontro entre Putin e Trump no Alasca, não houve avanço porque líderes europeus encorajaram Kiev a abandonar as negociações.
Peskov também alertou para a possibilidade de Washington fornecer mísseis Tomahawk à Ucrânia, pedido apresentado por Volodymyr Zelensky e confirmado pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance. O Kremlin avaliou que, se isso ocorrer, haverá “uma nova rodada séria de tensão”, embora tenha minimizado os efeitos. “Não há arma mágica para o regime de Kiev. Nenhum equipamento mudará radicalmente o curso dos acontecimentos”, afirmou.
Encerrando sua fala, Putin garantiu que as forças russas estão avançando em várias frentes na Ucrânia. “Se alguém ainda tiver vontade de competir conosco na esfera militar, sinta-se à vontade. As contramedidas da Rússia não tardarão a chegar”, concluiu.