A oposição venezuelana passou a apoiar de forma explícita a presença militar dos Estados Unidos no Caribe. Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (22), Edmundo González Urrutia, candidato que afirma ter vencido Nicolás Maduro nas últimas eleições, descreveu a operação naval como indispensável para recuperar a soberania.
“O cerco antinarcóticos do mar do Caribe liderado pelos Estados Unidos (…) constitui uma medida necessária para o desmantelamento da estrutura criminosa que ainda se ergue como único obstáculo para o restabelecimento da soberania popular na Venezuela”, declarou González, apresentando-se como presidente eleito. María Corina Machado endossou o posicionamento.
A manifestação ocorre em sintonia com a política de Donald Trump. No mês passado, Washington deslocou navios de guerra para a região, acusou Maduro de envolvimento com o narcotráfico e ofereceu recompensa de US$ 50 milhões por sua captura. Nem os Estados Unidos nem as principais democracias da América e da União Europeia reconhecem o chavista como presidente, decisão tomada após a recusa em divulgar as atas eleitorais.
O governo norte-americano também se pronunciou nesta segunda-feira. A porta-voz Karoline Leavitt confirmou que Trump recebeu uma carta de Maduro pedindo diálogo, mas reiterou que a política em relação a Caracas não será alterada.
A escalada de tensões é marcada por episódios recentes. Na sexta (19), o procurador-geral Tarek William Saab pediu à ONU investigação sobre bombardeios americanos a barcos no Caribe, que deixaram 17 mortos. Caracas sustenta que as vítimas eram pescadores, e não narcotraficantes. Dias antes, Maduro ordenou o treinamento de civis em armas e acompanhou exercícios militares na ilha de La Orchila, a 65 km da costa. No dia 15, acusou os EUA de “agressão” e de criar um pretexto para justificar a ofensiva.
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