Na madrugada deste sábado (30), boatos acerca da morte do atual presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, movimentaram as redes sociais. Mesmo que a informação não tenha sido confirmada oficialmente por nenhum órgão norte-americano, o assunto chegou aos trending topics com a hashtag #TrumpDead.
Ao redor da hashtag, internautas alimentam o assunto viral lembrando que o mandatário americano foi recentemente diagnosticado com insuficiência venosa crônica. A doença ocorre quando as veias das pernas têm dificuldade em retornar o sangue ao coração, causando inchaço, dor e alterações na pele.
O problema de saúde reapareceu sob os holofotes da mídia após Trump aparecer com a parte de cima da mão maquiada, supostamente na tentativa de disfarçar algum hematoma. Mesmo com o histórico, a falta de posicionamento da Casa Branca e das autoridades americanas impede a categorização da informação como verdadeira, o que levanta questionamentos acerca da viralização de fake news nas redes sociais.
Impactos das “notícias”
O professor Raniê Solarevisky, doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea e pesquisador de temas ligados a mídias digitais, explica que, no caso das fake news, muitas vezes não importa qual é a “notícia”, mas sim quem a compartilhou.
“As redes sociais criaram um dispositivo novo de fabricação e compartilhamento e consumo de notícias que não são reais. Os boatos sempre existiram, e geralmente eram desmentidos pelos veículos de comunicação. Por outro lado, as fake news se produzem nas redes sociais. Elas são feitas para viralizar, sem nenhum centro de hierarquia. Todos podem contribuir para a viralização dessa notícia falsa quando ela está na internet”, explica o pesquisador.
A partir disso, prof. Raniê afirma que os impactos das fake news são os mais preocupantes e nefastos possível pois, entre muitas razões, o usuário não consegue ter uma verificação clara dos conteúdos que chegam. O Digital News Report 2025, do Instituto Reuters de Jornalismo na Universidade de Oxford, revelou que 58% das pessoas têm dificuldade em distinguir o que é verdade ou mentira online.
Desse modo, segundo o professor, existe uma crise de confiança nos conteúdos que a gente encontra online, e isso poderia encorajar as pessoas a buscar novamente as informações apuradas pelos jornais e nas mídias tradicionais. Porém, apesar de aparentar ser o caminho mais viável, não é o que tem-se percebido ao analisar o comportamento de quem consome as notícias.
O relatório do Instituto Reuters também revelou que as pessoas, na verdade, continuam a desconfiar mais da imprensa. “De 2023 para cá, mais de 48% do público em mais de 46 países não quer ler notícias, evitam o consumo de notícias produzidas por jornais. Então o que deveria ser remédio, na verdade, tem sido evitado pelo público no sentido de procurar alguma solução para essa crise de confiança”, completa o pesquisador Raniê Solarevisky.
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