O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Gerardo Werthein, apresentou sua carta de renúncia na noite de terça-feira (21), segundo confirmou o gabinete do presidente Javier Milei. Ele permanecerá no cargo até o próximo domingo (26), quando ocorrem as eleições legislativas de meio de mandato.
A saída de Werthein acontece em meio a críticas à condução do encontro entre Milei e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizado em 14 de outubro na Casa Branca. Durante a reunião, Trump afirmou que o apoio financeiro à Argentina dependeria do desempenho eleitoral de Milei. “Estou com este homem porque sua filosofia está correta, e ele pode vencer, ou não. Mas acho que ele vai vencer, e se vencer, continuaremos com ele, e se não vencer, estamos fora”, declarou.
Javier Milei e Donald Trump (Foto: Divulgação/ Casa Branca)
Críticas a Milei após encontro
Dias antes, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, havia anunciado uma linha de swap de US$ 20 bilhões com o Banco Central argentino, além da compra de pesos e títulos da dívida do país. As declarações de Trump geraram desconforto entre aliados de Milei, que culparam Werthein pela falta de preparo do encontro e pela confusão em torno das eleições argentinas, alguns entenderam que o republicano se referia a uma disputa presidencial, embora o pleito seja apenas para o Congresso.
O chanceler já vinha sendo alvo de questionamentos dentro do governo, especialmente após Trump dizer, no último domingo (19), que considerava ampliar a compra de carne argentina porque o país “estava lutando por suas vidas”. O americano completou que “nada está beneficiando a Argentina” e que gostava de Milei, que estaria “tentando fazer o melhor que pode”.
De acordo com o jornal Clarín, a Casa Rosada estuda nomear Nahuel Sotelo, atual secretário de Culto, como possível substituto. O anúncio da mudança deve ocorrer após as eleições, quando Milei pretende promover uma reorganização ministerial.