Centenas de milhares de pessoas participaram de protestos em várias cidades da França nesta quinta-feira (18) contra cortes orçamentários previstos para 2026. Professores, maquinistas, farmacêuticos, funcionários de hospitais e estudantes, que bloqueiam dezenas de escolas de ensino médio, reivindicam a suspensão dos cortes, mais investimentos em serviços públicos, impostos mais altos para os ricos e recuo do governo em mudanças na aposentadoria.
Em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que lançavam objetos, permitindo que a marcha continuasse. Confrontos ocorreram também em Nantes e Lyon, onde três pessoas ficaram feridas. Ao menos 140 pessoas foram presas, segundo o Ministério do Interior. Foram mobilizados cerca de 80 mil policiais e gendarmes, incluindo tropas de choque, drones e veículos blindados.
Segundo a CGT, mais de um milhão de pessoas participaram das manifestações em todo o país. As autoridades estimaram 500 mil, incluindo 55 mil em Paris, contra 200 mil no protesto anterior, realizado em 10 de setembro. Em Rennes, um policial ficou ferido durante confronto com manifestantes, e em Lyon um jornalista e dois policiais se feriram.
O movimento afetou diversos setores. No ensino fundamental e médio, quase um em cada seis professores aderiu à greve, 23 escolas foram totalmente bloqueadas e outras 52 parcialmente. Mais de 10% dos servidores públicos participaram da paralisação. Cerca de 110 mil jovens saíram às ruas, e 14 universidades permaneceram bloqueadas, segundo o sindicato L’Union Étudiante.
O primeiro-ministro Sébastien Lecornu afirmou que as reivindicações estão “no centro das consultas” e disse que manterá o diálogo com sindicatos e forças políticas nos próximos dias, enquanto o governo analisa o orçamento de 2026.
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