O governo de Israel afirmou ter realizado um ataque contra chefes do Hamas em Doha, no Catar, nesta terça-feira (9). A ofensiva, segundo o porta-voz do Exército, foi executada pelo Shin Bet, a agência de inteligência, em parceria com a Força Aérea, e provocou reação do governo catariano.
O porta-voz militar disse que jatos sobrevoaram Doha e, com armamentos de precisão, alvejaram dirigentes que participavam de uma reunião na capital. A imprensa israelense afirmou que Khalil Al-Hayya, principal negociador nas tentativas de acordo com Israel, foi um dos alvos, mas não havia confirmação oficial sobre vítimas até a última atualização.
O canal I24 noticiou que o governo de Donald Trump deu luz verde à ofensiva e que a embaixada norte-americana no Catar emitiu ordem de abrigo para cidadãos no país. Ainda segundo o G1, um funcionário da Casa Branca confirmou que Trump foi avisado, porém Netanyahu disse que a ação foi “totalmente planejada e executada” por Israel.
O Catar, mediador nas conversações ao lado de EUA e Egito, anunciou a suspensão temporária de sua mediação e classificou o ataque como “ato covarde de Israel”. O chanceler afirmou ser uma “violação flagrande das leis internacionais” e anunciou investigação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a ofensiva constituiu uma “violação da soberania territorial flagrante”.
Um integrante da alta cúpula do Hamas disse à Al-Jazeera que o ataque ocorreu durante uma reunião em Doha, sem, contudo, informar sobre vítimas. O porta-voz do Exército israelense afirmou que “medidas foram tomadas para minimizar os danos a civis não envolvidos, incluindo o uso de munições de precisão e inteligência adicional”.
Além de sediar rodadas de negociações de paz, o Catar costuma servir de base para membros da alta cúpula do Hamas, o ex-líder Ismail Haniyeh viveu em Doha e foi morto pelo Exército israelense somente quando deixou o país e se deslocou a Teerã.
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