Um dia após o cessar-fogo entre Irã, Israel e Estados Unidos, o Parlamento iraniano aprovou a suspensão de toda cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU. A medida, aprovada na quarta-feira (25/06), veta inspeções e o envio de relatórios sobre o programa nuclear iraniano até que Teerã receba garantias de segurança para suas instalações e cientistas.
O presidente da Assembleia, Mohammad Bagher Ghalibaf, afirmou que “qualquer cooperação com a agência ou envio de relatórios a ela, bem como a entrada de inspetores e gerentes da agência, serão proibidos até que a segurança das instalações nucleares e cientistas seja garantida”. A decisão veio na esteira dos bombardeios israelenses, em 13 de junho, e norte-americanos, no dia 21, contra as usinas de Fordow, Natanz e Esfahan.
O Teerã acusa a AIEA de omissão e conivência com as potências ocidentais. Segundo o porta-voz do Comitê de Segurança Nacional e Política Exterior, Ebrahim Rezai, “tem que se garantir os direitos inerentes da República Islâmica do Irã de desfrutar de todos os direitos estipulados no Artigo IV do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, especialmente o enriquecimento de urânio”. Rezai ainda exigiu que o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, seja processado.
Apesar de críticas recorrentes ao país persa, a AIEA admitiu que não possui provas de que Teerã esteja construindo armas atômicas. Em março, o serviço de inteligência dos Estados Unidos declarou que o país não produzia ogivas nucleares. A conclusão, no entanto, passou a ser questionada pelo presidente Donald Trump que apoiou o confronto militar.
O governo iraniano afirma que o programa nuclear é pacífico e nega qualquer intenção de fabricar armas, e ainda permanece no TNP. O país aponta que a agência da ONU age de forma “politicamente motivada”, com influência dos EUA, França, Reino Unido e Israel. Até os ataques, o Irã dizia estar em negociação com os americanos para reforçar os termos do tratado.
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