Irã rejeita rendição e avisa Trump sobre consequências caso o EUA se envolvam no conflitoO confronto entre Irã e Israel chegou a um ponto crítico na quarta-feira (18), quando o aiatolá Ali Khamenei fez declarações firmes rejeitando qualquer rendição no conflito. Em resposta às duras exigências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o líder iraniano afirmou que o país resistirá e advertiu que, caso Washington decida se envolver diretamente na guerra, sofrerá “danos irreparáveis”.
O conflito começou na sexta-feira (13), quando Israel atacou sob a justificativa de frear o programa nuclear do Irã. A ação paralisou negociações entre Teerã e Washington. Embora os EUA neguem envolvimento e defendam a diplomacia, Trump intensificou o discurso nos últimos dias.
No quinto dia do conflito, o presidente americano manifestou em sua plataforma Truth Social que “Nossa paciência está se esgotando” e exigiu uma “rendição incondicional” do Irã. Além disso, em posts direcionados ao aiatolá, Trump declarou: “Nós sabemos exatamente onde o chamado ‘líder supremo’ está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não o mataremos, pelo menos por enquanto. Mas também não queremos mísseis disparados contra civis ou contra soldados americanos.”
Reagindo a essas provocações, Ali Khamenei afirmou que o Irã não se renderá e frisou que: “A entrada dos EUA nesta questão [guerra] é 100% em seu próprio prejuízo. O dano que sofrerá será muito maior do que qualquer dano que o Irã possa enfrentar. Já se suspeitava que os EUA estivessem envolvidos no movimento malicioso realizado pelo regime sionista, mas considerando suas declarações recentes, essa suspeita está ficando mais forte a cada dia.”
O líder iraniano criticou duramente as ameaças feitas pelo presidente americano, qualificando-as como “retórica absurda” e disse: “Eles deveriam fazer ameaças contra aqueles que têm medo de serem ameaçados. Não é sensato dizer à nação iraniana para se render. A que a nação iraniana deve se render? Jamais nos renderemos em resposta aos ataques de quem quer que seja. Essa é a lógica da nação iraniana. Esse é o espírito da nação iraniana.”
Na sequência da escalada, o Irã lançou duas barragens de mísseis balísticos contra território israelense, pouco depois do pronunciamento dos Estados Unidos. O aiatolá ainda reforçou a posição do Irã ao declarar na rede social X que “a batalha começou” e alertou: “Nós devemos dar uma resposta contundente ao regime terrorista sionista. Não mostraremos misericórdia.” A emissora estatal iraniana anunciou ainda que preparava “uma surpresa de que o mundo se lembrará por séculos”.
A crise chamou a atenção global e motivou reações diversas. No encerramento da cúpula do G7 no Canadá, o grupo divulgou um comunicado em que defendeu uma “resolução da crise iraniana” e pediu “uma desescalada mais ampla das hostilidades no Oriente Médio”. O documento também reconheceu que Israel “tem o direito de se defender”.
O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou preocupação com o risco de desordem caso haja uma tentativa de mudança de regime no Irã. “Acredito que precisamos que os EUA tragam todos de volta à mesa de negociações”, afirmou. Já o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva alertou que “os ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis.” Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia qualificou os ataques israelenses como ilegais e reafirmou que a diplomacia deve ser o caminho para resolver o conflito em torno do programa nuclear iraniano.
O post Irã rejeita rendição e avisa Trump sobre consequências caso o EUA se envolvam no conflito apareceu primeiro em O Hoje.