Inteligência Nacional dos EUA negou que o irã estaria construindo uma arma nuclear dois meses antes dos ataques de IsraelFotoDois meses antes da ofensiva israelense contra o Irã, a Diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, afirmou ao Senado que o Teerã não havia retomado o desenvolvimento de armas nucleares. Na ocasião, em 25 de março de 2025, ela declarou: “A Comunidade de Inteligência (CI) continua avaliando que o Irã não está construindo uma arma nuclear, e o Líder Supremo Khamenei não autorizou o programa de armas nucleares que suspendeu em 2003. A CI continua monitorando de perto se Teerã decide reautorizar seu programa de armas nucleares.”
A posição da CI, no entanto, contrasta com a narrativa do governo Trump, que respalda as acusações de Israel sobre uma suposta intenção do Irã em construir uma bomba atômica, algo negado pelo Teerã. Ao ser questionado por jornalistas após a cúpula do G7, no Canadá, Trump desconsiderou o informe da sua própria equipe. Ele afirmou que “não se importa” com o relatório e reforçou: “Penso que eles estavam muito perto de obter uma [bomba atômica]”.
Contudo, apesar de descartar a existência de um programa ativo, Gabbard apontou uma mudança no discurso político iraniano: “Isso provavelmente fortaleceu os defensores das armas nucleares dentro do aparato decisório do Irã. O estoque de urânio enriquecido do Irã está em seus níveis mais altos e é sem precedentes para um estado sem armas nucleares.”
A discordância entre inteligência e Executivo provocou reações. O ex-inspetor de armas da ONU e ex-oficial da Marinha dos EUA, Scott Ritter, acusou o presidente de se guiar por interesses externos. Ele disse que uma rede social que Trump está permitindo que Israel passe por cima da autoridade de um serviço norte-americano e executando uma “manobra” em cima de Gabbard. “Como americano, me ofende que uma potência estrangeira assumiu a liderança de informar o presidente dos EUA sobre questões relativas à guerra”, concluiu.
A crise expõe uma divisão no alto escalão americano e levanta dúvidas sobre quem, de fato, tem guiado as decisões de uma das maiores potências militares do mundo.
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