O atentado que matou o ativista conservador Charlie Kirk, de 31 anos, durante um evento na Universidade Utah Valley, nos Estados Unidos, segue mobilizando autoridades federais e estaduais. O ataque ocorreu enquanto ele falava para uma plateia de cerca de três mil estudantes, na quarta-feira (10). Um disparo à distância atingiu seu pescoço, e apesar de ter sido levado ao hospital por seguranças particulares, ele não resistiu.
O FBI informou que o autor do disparo usou um fuzil de alta precisão de um telhado dentro do campus e fugiu por uma área residencial vizinha. O armamento foi encontrado em um bosque próximo à universidade. Na quinta-feira, a agência federal divulgou fotos de um homem classificado como “pessoa de interesse” e ofereceu recompensa de US$ 100 mil a quem fornecer informações que levem à sua captura. Em comunicado nas redes sociais, o órgão afirmou: “Pedimos a ajuda do público para identificar esta pessoa de interesse em conexão com o tiroteio fatal de Charlie Kirk na Universidade de Utah Valley”.
As investigações apontam que o atirador aparenta ter idade próxima à de estudantes universitários e conseguiu se misturar entre eles antes de executar a ação. As autoridades afirmaram ter acesso a registros que mostram claramente seu rosto, porém a polícia optou por não divulgar esses materiais.
Na quarta-feira, duas pessoas chegaram a ser detidas, mas foram liberadas depois de interrogadas. O diretor do FBI, Kash Patel, chegou a anunciar que o suspeito estava preso, mas recuou horas depois, gerando confusão.
Charlie Kirk era fundador do grupo estudantil Turning Point USA, presente em milhares de escolas e universidades nos 50 estados americanos, e considerado um dos principais articuladores da aproximação da juventude conservadora com Donald Trump desde 2016. Antes de criar a organização, ainda adolescente, já participava de debates sobre política e se apresentava como defensor de valores cristãos e do livre mercado.
Sua atuação ultrapassou os campi: Kirk escreveu livros, manteve um programa de rádio nacional, um podcast de grande audiência e reunia mais de 14 milhões de seguidores em suas redes sociais. Nos últimos anos, envolveu-se em polêmicas ao questionar as mudanças climáticas, criticar medidas contra a Covid-19, a teoria crítica da raça e duvidar do sistema eleitoral dos EUA. Em 2021, organizou ônibus de manifestantes que participaram do protesto em Washington no mesmo dia da invasão do Capitólio, embora não tenha sido alvo de investigação.
Ligado ao movimento Make America Great Again, mantinha relação próxima à família Trump e chegou a atuar como assessor de Donald Trump Jr. Também estabeleceu vínculos com políticos brasileiros, como Jair Bolsonaro, a quem prestou apoio público durante o período em que o ex-presidente esteve nos EUA. Em março deste ano, chegou a pedir em seu programa de rádio que o governo americano adotasse medidas contra o Brasil em reação a julgamentos envolvendo Bolsonaro.
Kirk também protagonizou declarações que foram alvos de críticas. Em 2023, afirmou que valia a pena “arcar com o custo” de algumas mortes para garantir o direito ao porte de armas, declaração feita após um tiroteio em escola que deixou seis vítimas fatais.
Sua presença em universidades frequentemente era contestada: na própria Utah Valley, uma petição reuniu quase mil assinaturas para barrar sua participação, mas a instituição manteve o evento — onde Kirk perdeu a vida — alegando compromisso com a Primeira Emenda da Constituição americana.
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