Líderes de mais de 30 países se reuniram nesta quinta-feira (4), em Paris, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para discutir novos passos em busca de uma saída para o conflito contra a Rússia. O encontro, chamado de Coalizão dos Dispostos, reuniu chefes de Estado como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além de autoridades europeias.
Após as negociações, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que 26 países se comprometeram em enviar tropas à Ucrânia em caso de acordo de cessar-fogo. Segundo ele, esse apoio incluiria participação terrestre, marítima e aérea, como forma de oferecer garantias de segurança. Zelensky celebrou o resultado das conversas: “Vinte e seis países concordaram em fornecer garantias de segurança à Ucrânia. Acredito que hoje, pela primeira vez em muito tempo, tivemos o primeiro passo concreto”, afirmou o ucraniano.
Horas antes da reunião, a Rússia criticou as discussões sobre presença militar internacional na Ucrânia. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, rejeitou qualquer possibilidade de diálogo nesse sentido. Ela afirmou a repórteres que a Rússia não discutirá uma intervenção estrangeira em qualquer forma ou formato, chamando a proposta de inaceitável e contrária à segurança. As declarações de Zakharova foram uma resposta a posicionamentos da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que defendia o envio de tropas europeias ao território ucraniano.
Durante seu discurso em Paris, Zelensky também declarou que Moscou vem recusando todas as tentativas de diálogo. Segundo ele, está em andamento um novo pacote de sanções contra o governo russo. Ele afirmou que a Rússia faz de tudo para prolongar o processo de negociação e continuar a guerra, motivo pelo qual se faz necessário ampliar o apoio à Ucrânia e aumentar a pressão sobre Vladimir Putin. De acordo com o presidente, “está em andamento a preparação do 19º pacote de sanções da União Europeia”, e ainda a movimentação do Japão para o mesmo.
Em paralelo, o presidente norte-americano usou a ocasião para cobrar medidas mais duras contra Moscou. Segundo o G1, uma autoridade da Casa Branca relatou que Trump pediu aos líderes europeus o fim das importações de petróleo russo, alegando que esse comércio ajuda a financiar a ofensiva militar contra Kiev.
O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, confirmou que Trump propôs sanções conjuntas sobre petróleo e gás: “A abordagem de Trump foi basicamente a de que devemos agir juntos na política de sanções e agora buscar maneiras, em particular, de deter a máquina de guerra da Rússia por meios econômicos”. O finlandês também declarou que Ursula von der Leyen e assessores próximos a Trump devem discutir o tema.
Na quarta-feira (3), Putin voltou a condicionar qualquer diálogo direto com Zelensky. Em entrevista coletiva concedida na China, o presidente russo declarou estar pronto para um encontro bilateral, mas apenas em Moscou. Questionou ainda se a reunião faria sentido e reforçou que a ofensiva continuará caso suas exigências não sejam contempladas. Ele disse que não descarta a possibilidade do encontro, mas defendeu que eventuais negociações sejam preparadas de antemão para gerar resultados tangíveis.
Zelensky reagiu no mesmo dia e disse não acreditar na disposição do Kremlin. O líder ucraniano, afirmou que a proposta de que ele vá a Moscou demonstra que a Rússia não pretende facilitar qualquer encontro.
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