O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta segunda-feira (18) na Casa Branca o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e sete líderes europeus de alto escalão em uma reunião de emergência sobre o conflito na Ucrânia. O encontro ocorreu apenas três dias após a cúpula entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, que terminou sem acordo para um cessar-fogo.
A presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e de chefes de governo como Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha), Giorgia Meloni (Itália), Alexander Stubb (Finlândia) e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, deu peso ao encontro. Todos buscaram garantias concretas de que Moscou não voltará a invadir o território ucraniano em caso de acordo.
Segundo Ursula, uma saída aceitável precisa incluir garantias semelhantes ao Artigo 5 da Otan, que prevê a defesa mútua entre os aliados em caso de ataque. Zelensky confirmou que seu governo já começou a elaborar os termos de segurança que deverão constar em uma eventual proposta de paz. “Haverá garantias de segurança”, declarou.
Durante as reuniões, Trump afirmou estar disposto a oferecer garantias norte-americanas e a trabalhar por um modelo de proteção coordenado com países europeus.
Zelensky descreveu o encontro na Casa Branca como “o melhor até agora” e reiterou estar pronto para se sentar à mesa com Putin sem condições prévias. Ele disse ainda que os próximos dez dias serão decisivos para definir os termos das garantias oferecidas pelos EUA. “Todos os aliados estão na mesma página”, reforçou.
Apesar do tom otimista de Trump, líderes europeus expressaram cautela. Macron e Stubb afirmaram que Putin não transmite confiança e não demonstra real interesse em encerrar a guerra. Meloni levantou a questão de como assegurar que a Rússia não volte a atacar, ponto considerado condição essencial para qualquer acordo.
O encontro desta semana teve atmosfera mais consensual do que a reunião anterior entre Trump e Zelensky, em fevereiro, marcada por trocas ríspidas. Desta vez, o presidente ucraniano foi recebido em tom cordial e chegou a ser elogiado pela mudança no vestuário, que foi motivo de crítica no encontro passado.
Apesar do clima positivo, as divergências permanecem. Zelensky insiste em que não cederá territórios, enquanto relatórios da imprensa norte-americana indicam que Putin tem condicionado qualquer cessar-fogo ao reconhecimento da anexação da Crimeia e de áreas ocupadas em Donetsk e Lugansk. O The New York Times revelou que, em conversas privadas no Alasca, o líder russo teria sugerido a formalização dessa divisão territorial, hipótese rejeitada por Kiev.
Trump, por sua vez, admitiu à Fox News que não sabe se Putin realmente deseja encerrar o conflito. “Nas próximas duas semanas teremos clareza. É possível que ele não queira fechar um acordo”, disse, acrescentando que ainda assim acredita que o presidente russo “está cansado da guerra”.
Ao lado de líderes europeus, Trump destacou que pretende acelerar as negociações para tentar anunciar um encontro trilateral antes do fim de agosto. Fontes da Casa Branca disseram acreditar que uma reunião entre Putin e Zelensky poderia acontecer dentro de duas semanas.
Enquanto os europeus pressionam por garantias sólidas, Trump se mostra confiante de que pode convencer Putin a aceitar um arranjo que combine cessar-fogo e algum tipo de proteção internacional à Ucrânia. A incógnita é até onde Kiev estará disposta a negociar, e se Moscou aceitará recuar de suas exigências.
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