A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) passou mal nesta quarta-feira (13) ao chegar à sala de audiência no Tribunal de Apelação de Roma, na Itália. O julgamento definiria se ela permaneceria presa ou aguardaria em liberdade o processo de extradição solicitado pelo Brasil. Segundo seu advogado, Fábio Pagnozzi, Zambelli teve tontura no início da sessão, recebeu atendimento médico e foi levada a um hospital.
O procedimento foi suspenso e ainda não há data definida para a retomada. A defesa informou que pretende apresentar um documento de 84 páginas com laudos médicos para tentar que a parlamentar seja transferida para prisão domiciliar ou possa responder em liberdade até a decisão final sobre a extradição.
Zambelli está detida desde 29 de julho na Penitenciária de Rebibbia, nos arredores de Roma. Ela foi presa após ter seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol a pedido do governo brasileiro. A inclusão ocorreu dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar sua prisão preventiva.
Condenação e fuga do Brasil
A parlamentar foi condenada no Brasil a 10 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O caso está relacionado à atuação do hacker Walter Delgatti Neto, que teria ajudado na invasão.
Dias após a condenação, Zambelli deixou o país e informou estar na Itália. Na primeira audiência em território italiano, a Justiça local determinou que ela aguardasse presa o processo de extradição, que pode se estender por até dois anos. Durante essa sessão, a deputada alegou ser vítima de perseguição política e pediu para ser julgada na Itália.
Enquanto está detida, a defesa argumenta que seu estado de saúde exige cuidados específicos. De acordo com Pagnozzi, o juiz da Corte de Apelação poderá nomear um perito para avaliar oficialmente a condição médica da parlamentar antes de decidir se mantém a prisão.
Atuação nas redes sociais e articulações políticas
Mesmo após deixar o Brasil e ser considerada foragida, Zambelli manteve atividade nas redes sociais. Desde junho, utiliza um perfil alternativo no Instagram para publicar críticas ao STF e ao governo federal. Em vídeos, chegou a se referir ao ministro Alexandre de Moraes como “ditador” e associou o aumento de tarifas impostas pelos Estados Unidos ao que chamou de “Taxa Moraes”.
Além de ataques a adversários, ela também usa as plataformas digitais para reforçar alianças políticas. Em postagens recentes, elogiou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e agradeceu ao líder do PL, Sóstenes Cavalcante, pelo apoio.
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