A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta na terça-feira (24), quatro dias após cair de um penhasco durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. O acidente ocorreu na madrugada de sábado (21), quando ela se afastou do grupo e despencou de uma das bordas da cratera do vulcão.
Antes mesmo da localização oficial, autoridades indonésias chegaram a informar que Juliana havia sido resgatada, mas a família desmentiu a notícia. Ainda, afirmaram que a jovem permaneceu sem água, comida e agasalho durante todo o período de desaparecimento, aguardando socorro.
A confirmação do óbito veio por meio da conta “Resgate Juliana Marins”, criada pela família nas redes sociais. “Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz o comunicado.
O local do acidente, a cerca de 1.200 km de Jacarta, exigiu operação complexa. A Agência Nacional de Busca e Resgate Indonésia (Basarna) informou que o socorro só começou horas após a queda, quando um dos companheiros de trilha conseguiu caminhar até um posto de apoio e relatar o caso. O acesso até o ponto da queda também exigiu longas horas de subida.
Drones com sensores térmicos sobrevoaram a região durante os dois primeiros dias, sem sucesso. Na manhã de segunda-feira (23), as imagens térmicas localizaram Juliana, que ainda apresentava sinais de vida, embora imóvel. A Basarna enviou um helicóptero e uma equipe especializada no dia seguinte. As condições climáticas e o terreno dificultaram o resgate. A vítima estava cerca de 500 metros abaixo da trilha, o que inviabilizou o uso de cordas em grande parte do trajeto.
Casos semelhantes já ocorreram na mesma região. Entre 2022 e 2025, ao menos três turistas morreram após sofrerem quedas durante trilhas no Monte Rinjani. Com 3.726 metros de altitude, o Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia e reúne trilhas que exigem preparo e atenção. O percurso costuma durar de dois a quatro dias, passando por trechos íngremes e áreas com mudanças bruscas de tempo, especialmente durante períodos de neblina. Em 2016, uma erupção obrigou a retirada urgente de cerca de 400 turistas da montanha. Na ocasião, não houve mortes.
O Itamaraty divulgou uma nota oficial, lamentando a morte de Juliana, “O governo brasileiro comunica, com profundo pesar, a morte da turista brasileira Juliana Marins, que havia caído de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do Mount Rinjani (3.726 metros de altura), vulcão localizado a cerca de 1.200 km de Jacarta, na ilha de Lombok”, escreveu o Ministério das Relações Exteriores.
A nota ainda destacou as dificuldades enfrentadas pelas equipes. “Ao final de quatro dias de trabalho, dificultado pelas condições meteorológicas, de solo e de visibilidade adversas na região, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia encontraram o corpo da turista brasileira.”
Segundo o Itamaraty, a embaixada do Brasil em Jacarta atuou com autoridades locais desde a notificação da queda: “A embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, para a tarefa de resgate e vinha acompanhando os trabalhos de busca desde a noite de sexta-feira, quando foi informada da queda no Mount Rinjani.”
O ministério concluiu a nota com uma mensagem à família. “O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente.”
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