Um bombardeio russo matou 31 pessoas e deixou ao menos 159 feridas em Kiev, capital da Ucrânia, na última quinta-feira (31/7). O ataque é um dos mais letais à cidade desde o início da guerra. Segundo o governo ucraniano, entre os mortos estão cinco crianças. As equipes de resgate seguem mobilizadas em meio aos escombros e não descartam novos óbitos.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o bombardeio como “desprezível”. Ele afirmou que dezenas de alvos civis foram atingidos, entre eles 16 crianças. “Uma das mesquitas foi danificada. Muitos prédios residenciais foram atingidos. Foi um ataque covarde, planejado para sobrecarregar o sistema de defesa aérea”, declarou.
A ofensiva ocorreu com o lançamento de ao menos 309 drones e oito mísseis hipersônicos. A administração militar de Kiev informou que 27 bairros da cidade foram atingidos. Um prédio de nove andares desabou parcialmente após ser atingido.
As autoridades locais também registraram danos em mais de 100 estruturas, incluindo escolas e unidades de saúde. Ainda, em imagens divulgadas por veículos ucranianos mostram ambulâncias, prédios em chamas e voluntários ajudando no resgate de sobreviventes.
De acordo com Zelensky, julho foi o mês mais intenso de ataques desde o início da invasão, com o lançamento de mais de 3.800 drones Shahed, 260 mísseis e cerca de 5.100 bombas planadoras. Em um único dia, a Rússia teria disparado 728 drones e 13 mísseis balísticos. A escalada preocupa autoridades ocidentais e aumenta a pressão por uma resposta internacional mais dura.
A Rússia, por sua vez, alegou que os alvos do bombardeio eram instalações militares, depósitos de armas e centros logísticos. O governo de Moscou negou ataques contra civis, apesar da recorrência de destruição em áreas residenciais.
Nos Estados Unidos, o ataque gerou reações imediatas. O presidente Donald Trump afirmou: “Acho nojento o que a Rússia está fazendo. Acho realmente nojento”. Essa semana Trump já havia afirmado que teria perdido a paciência com Putin e estabelecido um novo prazo para que o governo russo encerrasse a guerra. “Putin tem dez dias para parar. Se não o fizer, vamos aplicar tarifas de 100% contra a Rússia e todos os países que a ajudarem”, declarou.
Essa nova posição foi anunciada após reunião em Edimburgo, na Escócia. Em julho, Trump havia dado um prazo de 50 dias para o fim do conflito, mas decidiu antecipar a exigência após o agravamento dos ataques. Segundo diplomatas americanos, o presidente estuda ainda ampliar sanções econômicas em áreas como tecnologia e energia.
Apesar das medidas adotadas desde o início da guerra, EUA e Rússia ainda mantêm trocas comerciais. Somente em 2024, os Estados Unidos exportaram e importaram cerca de US$ 3,5 bilhões em produtos russos, entre fertilizantes, metais e combustível nuclear.
Putin, por sua vez, declarou sexta-feira (1°) que está disposto a retomar negociações com a Ucrânia, mas sob condições específicas. “Queremos conversar sem câmeras e em ambiente calmo. Mas nossos objetivos permanecem os mesmos”, disse. A declaração foi feita ao lado de Alexander Lukashenko, presidente de Belarus, país aliado de Moscou.
O ataque ampliou o isolamento internacional da Rússia e renovou a pressão sobre países ocidentais que mantêm vínculos comerciais com o Kremlin. Uma vez que diante da escalada, os EUA ameaçaram sanções severas a nações que insistirem em manter relações econômicas com Moscou. Em resposta, o governo ucraniano intensificou os apelos por armamentos e sistemas de defesa adicionais. Para o presidente Volodymyr Zelensky, “cada atraso em isolar a Rússia custa vidas”
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