O Vila Nova encerrou a temporada de 2025 com um sentimento duplo: a frustração por não alcançar o acesso à Série A e, ao mesmo tempo, a convicção de que a reconstrução para 2026 precisava começar imediatamente. Campeão goiano no primeiro semestre, o Tigre criou expectativas elevadas sobre sua campanha na Série B, mas oscilou ao longo do campeonato, acumulou mudanças no comando técnico e terminou apenas na 13ª colocação. A resposta à campanha abaixo do esperado, porém, veio de forma rápida e contundente: em apenas dez dias após o fim da competição, o clube praticamente concluiu o planejamento de reforços, acertando nove das dez contratações previstas para estruturar a equipe da próxima temporada.
O nome mais emblemático no Vila Nova até agora foi confirmado na última quarta-feira (10). O meia Marquinhos Gabriel, de 35 anos, experiente e com trajetória consolidada em clubes como Santos, Palmeiras, Corinthians, Cruzeiro e Internacional, aceitou o projeto colorado após defender o Avaí em 2025. A chegada do jogador era o principal desejo da diretoria para qualificar o setor de criação. A busca agora se concentra em um atacante de velocidade — e o alvo prioritário é Janderson, que disputou o acesso pelo Remo, emprestado pelo Ceará, e já defendeu Atlético-GO e Corinthians.
Mudança na direção
Apesar das mudanças no elenco, o Vila Nova manteve estabilidade na estrutura política e administrativa. Sem possibilidade de reeleição, Hugo Jorge Bravo deixou o comando do executivo, abrindo espaço para Fábio Brasil assumir a presidência. No Conselho Deliberativo, Leandro Bittar passou a ocupar a cadeira principal. No futebol, o diretor Alarcon Pacheco permanece à frente das decisões e recebeu a missão de conduzir o processo de reformulação, projetando uma equipe mais competitiva e com folha salarial ampliada já para o Campeonato Goiano. A aposta é repetir a estratégia de 2025: iniciar o estadual com a base que atuará na Série B, garantindo continuidade e identidade ao elenco. A permanência do técnico Umberto Louzer, considerada fundamental, reforça esse alinhamento.
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Dentro das quatro linhas, o Vila Nova avançou rapidamente. O centroavante Dellatorre, campeão da Série B com o Coritiba e autor de 10 gols, foi uma das primeiras contratações. Ele se junta a Rafa Silva, ex-Cruzeiro, e a Ryan, destaque no Maranhão, na renovação ofensiva. No meio-campo, além de Marquinhos Gabriel, chegaram Marco Antônio, peça importante no acesso do Náutico, e Willian Maranhão, que optou pelo retorno a Goiânia por questões familiares.
Na defesa, o clube manteve a espinha dorsal com as renovações de Tiago Pagnussat, Weverton e Pedro Romano, e reforçou o setor com Anderson Jesus, ex-Avaí. No gol, o novo contratado é Airton, de boas passagens pelo Novorizontino, que disputará posição com Halls e com o jovem Gabriel Ávila, recém-retornado após período no Atlético-MG. Sem sucesso na busca por um lateral-direito no mercado, o Vila renovou com Thalys até o fim de 2026.
Caminhão de saídas no Vila Nova
Paralelamente às chegadas, a direção executou uma das maiores listas de desligamentos dos últimos anos: 16 jogadores não permanecerão para 2026. Entre eles, nomes experientes como Ralf, Jean Mota, Bruno Mendes, Júnior Todinho e Gabriel Poveda. A saída em bloco reforça o processo de reconstrução profunda que o Vila Nova pretende adotar para entrar na nova temporada com uma equipe mais equilibrada, competitiva e adaptada às diretrizes estabelecidas pela diretoria.
Com contratações estratégicas, manutenção da estrutura técnica e reorganização administrativa, o Vila Nova tenta transformar a frustração de 2025 em combustível para uma campanha muito mais sólida no ano que vem. A expectativa é que o elenco esteja praticamente fechado já na reapresentação de dezembro, permitindo à comissão técnica iniciar o planejamento sem sobressaltos. A temporada de 2026 reserva desafios importantes — Campeonato Goiano, Copa do Brasil, Copa Centro-Oeste e, sobretudo, Série B — e o clube aposta que a preparação antecipada pode ser o diferencial na busca por desempenhos mais consistentes e, finalmente, pelo acesso que escapou neste ano.








