A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) recebeu o inquérito que investiga o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e agora terá um prazo legal de até 60 dias para decidir se oferece denúncia formal ou arquiva o caso. O procurador responsável pela análise é Eduardo Ximenes, que também atuou durante a fase preliminar da investigação.
O caso envolve suspeitas de participação em um esquema de apostas irregulares. Bruno Henrique foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes esportivas, com pena prevista de dois a seis anos de reclusão. Além disso, o jogador também responde por estelionato, crime que pode resultar em pena de um a cinco anos de prisão.
Apesar das acusações, o atacante segue em atividade normalmente pelo Flamengo, já que não houve solicitação de suspensão preventiva por parte do STJD. O inquérito ainda está em fase de apuração, e novas decisões podem ser tomadas com o avanço da análise pela Procuradoria.
A investigação, conduzida inicialmente pela Polícia Federal e agora em mãos da Justiça Desportiva, também envolve pessoas próximas ao jogador. Foram indiciados Wander Nunes Pinto Júnior, irmão de Bruno Henrique; Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander; e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do atacante. Todos são apontados como participantes diretos no esquema de apostas, tendo realizado apostas suspeitas em eventos esportivos.
Além do núcleo familiar, há outro grupo investigado composto por amigos do irmão de Bruno Henrique: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos. A PF acredita que eles também tenham atuado em conjunto para manipular resultados de jogos.
Na esfera criminal, o atacante também pode se tornar réu na Justiça Comum. O indiciamento pela Polícia Federal, ocorrido em abril, foi enviado ao Ministério Público do Distrito Federal, que agora avalia se oferece denúncia contra o jogador. A defesa de Bruno Henrique apresentou um pedido de arquivamento do inquérito, que ainda aguarda parecer do MP.
O caso segue sob investigação, e novos desdobramentos devem ocorrer nos próximos meses, tanto no campo esportivo quanto na esfera judicial. Até lá, Bruno Henrique permanece liberado para atuar normalmente pelo Flamengo.