No último dia de finais do Mundial de Ginástica Artística, realizado em Jacarta, a ginasta brasileira Flávia Saraiva ficou a um passo do pódio na trave. A atleta encerrou a disputa na quarta posição, somando 13,900 pontos.
Flávia Saraiva foi a primeira ginasta a se apresentar na madrugada de sábado (25). Apesar de ter sido a segunda colocada nas eliminatórias, com 13,833 de pontuação, ela optou por elevar o grau de dificuldade para 5,7 na decisão, cravando 8,200 na execução. Esse ajuste técnico a manteve na disputa até a última competidora, mas não foi suficiente para alcançar a nota de corte do pódio.
A brasileira terminou a 0,266 pontos da medalha de bronze. O pódio só foi definido na última apresentação, com os seguintes resultados:
Posição
Atleta
País
Pontuação
Ouro
Zhang Qingying
China
15,166
Prata
Kaylia Nemour
Argélia
14,300
Bronze
Aiko Sugihara
Japão
14,166
Flávia Saraiva durante a final da trave no Mundial de Ginástica Artística, em Jacarta; brasileira foi a quarta colocada com 13,900 pontos / Foto: Alexandre Loreiro COB
Contexto e Reação da Ginasta no Mundial
Flávia Saraiva é uma das principais referências brasileiras na ginástica artística, especialmente no aparelho da trave de equilíbrio, onde construiu parte de sua carreira desde os Jogos Olímpicos da Juventude de 2014, quando começou a chamar atenção internacionalmente. A ginasta também foi finalista olímpica na Rio-2016 e é reconhecida pela elegância, consistência e expressividade nas apresentações. Sua performance é frequentemente elogiada por técnicos e árbitros por aliar precisão técnica e leveza artística, elementos que se tornaram marcas registradas de sua trajetória.
Flávia é, inclusive, considerada um exemplo pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) na execução dos chamados saltos “anel”; movimentos de alto grau de dificuldade que exigem extrema flexibilidade e controle corporal. Sua execução serve de referência para ginastas em formação e é utilizada como modelo em análises técnicas da entidade, reforçando sua posição como uma das atletas mais completas do circuito mundial.
Após a prova deste sábado (25), a brasileira demonstrou satisfação com seu desempenho, mesmo ficando fora do pódio. “Fiquei muito feliz, foi uma final bem difícil”, disse ao SporTV, ressaltando o alto nível das competidoras e a disputa acirrada por décimos de ponto. A ginasta também lembrou que sua última final de trave havia ocorrido em 2019, e destacou que esta foi a primeira vez que conseguiu acertar a série completa em uma final de Mundial; um marco pessoal que simboliza sua consistência técnica e mental.
Ela comentou ainda sobre o processo de superação e evolução dentro da carreira. “Estou feliz de ver o trabalho dando certo e por conseguir evoluir a cada ano”, afirmou. Segundo Flávia, cada competição internacional é uma oportunidade de amadurecimento e de testar o preparo físico e psicológico. A atleta disse que a boa execução na final lhe traz “mais confiança para os próximos anos”, especialmente com foco nos Jogos Olímpicos de 2028, nos Estados Unidos, onde pretende competir em alto nível.
Desempenho da Delegação Brasileira no Mundial de Ginástica
Apesar da boa performance individual de Flávia Saraiva, o Brasil encerrou o Mundial de Ginástica Artística de Jacarta sem conquistar medalhas. Mesmo assim, a participação foi considerada positiva pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), que destacou o equilíbrio técnico da equipe e o fato de o país ter alcançado diversas finais, o que demonstra evolução em um cenário altamente competitivo.
A delegação brasileira foi à Indonésia com nove atletas, sendo cinco da seleção masculina e quatro da feminina. Além de Flávia na trave, outros brasileiros que disputaram finais foram Caio Souza, que competiu no individual geral e nas argolas, e Diogo Soares, também finalista no individual geral. A presença de dois ginastas homens entre os oito melhores do mundo reforça a consolidação do país no circuito internacional e o bom trabalho desenvolvido nos centros de treinamento nacionais.
O time feminino contou com Flávia Saraiva, Julia Soares, Júlia Coutinho e Sophia Weisberg, grupo que vem sendo preparado para representar o Brasil em competições internacionais e nos próximos ciclos olímpicos. Já a equipe masculina foi composta por Arthur Nory, Caio Souza, Diogo Soares, Vitaliy Guimarães e Tomás Rodrigues. Todos os atletas competiram em aparelhos diferentes, ampliando a presença brasileira nas classificatórias.
Mesmo sem medalhas, a campanha do Brasil foi marcada por apresentações consistentes e por notas técnicas próximas das potências tradicionais, como Estados Unidos, China e Japão. A CBG avaliou que o desempenho é reflexo direto do investimento em estrutura e intercâmbio técnico nos últimos anos, com foco na formação de novas gerações e na consolidação dos ginastas mais experientes.
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