Os torcedores presentes na Arena da Baixada na noite deste sábado (12), presenciaram um clássico embate de segunda divisão. Um duelo que enfatiza o alto nível do campeonato, finalizado com a vitória do Goiás sobre o Athletico-PR por 1 a 0. O triunfo mantém o Verdão brigando diretamente com o Coritiba pela liderança do Brasileirão, ambos empatados com 33 pontos.
A princípio, o que eleva o nível da vitória vai além das quatro linhas e da qualidade do futebol jogado. O esquema tático elaborado por Vagner Mancini, bem como suas nuances estratégicas, retratam o comando de alguém que entendeu a Série B em sua essência. O valor desses três pontos se escora nesses conceitos muito bem fundamentados no elenco do Goiás, e no seu funcionamento dentro de campo.
Na semana que antecedeu a vitória no Paraná, o empate contra o Criciúma na Serrinha repercutiu na imprensa goiana de forma mais analítica, indo a fundo do que estava por trás do momento que o Goiás se encontrava. O 1 a 1 em Goiânia fechou uma sequência de quatro pontos em quatro jogos, o que nas palavras de Mancini, configurava um momento de oscilação por parte do esmeraldino na Série B. Muito do que foi possível ser notado era a dificuldade de construção ofensiva sem a participação de Rafael Gava, principal assistente e armador da equipe. É um problema válido, ainda mais para um time marcado pela intensidade de ataque como o Goiás.
Uma defesa sólida e um ataque paciente
Voltando para a noite de sábado, Mancini não entrou em campo com um ideal agressivo logo de início, a montagem parecia ser outra. O 4-3-3 seguia um padrão parecido dos últimos embates, mas com uma mudança sutil. A entrada de Gonzalo no lugar de Vitinho imprimiu uma outra cara para o meio-campo, marcado pela força física, intensidade de defesa, com menos poderio ofensivo em um primeiro momento. A peculiaridade dessa troca, está exatamente na sua necessidade imediata. O Goiás precisava disso se quisesse vencer o Athletico-PR fora de casa. Mancini sacrificou parte de seu estilo de jogo, especialmente no primeiro tempo, para se adequar às circunstâncias que o duelo pedia.
A partir disso, o jogo se desenrolou obedecendo o esquema tático do Goiás. Marcão e Gonzalo se mostraram uma dupla consistente de defesa na entrada da área, impedindo que as investidas do Athletico criassem uma verdadeira ameaça para o gol de Tadeu. Ao longo da partida, a inversão de terceiro zagueiro com primeiro volante foram essenciais para o sistema defensivo do Goiás. Portanto, a linha de cinco, composta ora por Marcão, ora por Gonzalo, trancou o ataque do Furacão.
Durante a coletiva pós-jogo, Vagner Mancini destacou as dificuldades de se jogar na Arena da Baixada devido ao gramado sintético. Aqui está outra variável. A linha de marcação baixa do Goiás possibilitava que o time se mantivesse estável em um setor do campo, buscando eliminar um ponto fraco evidente: o elenco esmeraldino não está acostumado a impor seu ritmo ofensivo nessas condições. Essa ideia de Mancini conteve outro problema já apontado, o buraco no meio-campo deixado por Rafael Gava. A solidez defensiva do Verdão, trouxe alternativas de contra-ataque rápidas para o Goiás, fugindo um pouco do que era apresentado com o camisa 8. Novamente, uma solução para uma circunstância.
No segundo tempo, Wellington Rato surge do banco, atuando pela ponta, com jogadas de profundidade. Entretanto, quando subiu para a posição de 10, uma finalização característica de fora da área deu um rebote para os pés de Anselmo Ramon, que estufou as redes de Mycael. Talvez a resposta de Vagner Mancini para a ausência de Gava tenha se apresentado logo em sua estreia, garantindo a quinta vitória esmeraldina como visitante na Série B.
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