O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (16/9) que o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, executado em Praia Grande, não solicitou proteção ou escolta ao Estado, mesmo sendo alvo de ameaças. O ex-chefe da Polícia Civil foi morto na noite de segunda-feira (15/9), em um atentado atribuído ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo Tarcísio, a concessão de escolta depende de um pedido formal por parte da autoridade interessada. No caso de Ruy, não houve solicitação. O governador destacou que o episódio abre a necessidade de debater a criação de regras para garantir proteção a autoridades policiais, judiciárias e políticas envolvidas no combate ao crime organizado, mesmo após deixarem os cargos.
Ruy dedicou mais de quatro décadas à Polícia Civil de São Paulo, com forte atuação contra o PCC. Foi considerado inimigo da facção após defender o isolamento de lideranças em presídios federais. Em 2023, deixou a segurança pública e assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande. Pouco antes de ser morto, afirmou em entrevista que vivia sem qualquer estrutura de segurança, mesmo sabendo dos riscos.
O delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, confirmou que Ruy não demonstrava preocupação recente com possíveis atentados. Apesar disso, ele mantinha hábitos de cautela, como portar arma de fogo.
A execução de Ruy Ferraz provocou reação imediata do governo estadual. Tarcísio declarou que a melhor forma de homenageá-lo é solucionar o crime e responsabilizar os envolvidos. Dois suspeitos já foram identificados. Um veículo abandonado após o ataque, com vestígios de DNA e digitais, ajudou no avanço da investigação.
De acordo com o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, os mandados de prisão preventiva devem ser expedidos ainda nesta terça-feira. As imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o ex-delegado tentou escapar dos criminosos, bateu em um ônibus e capotou o carro. Os atiradores, que ocupavam uma Toyota Hilux SW4, desceram do veículo e efetuaram mais de 20 disparos de fuzil contra a vítima.
Ruy Ferraz teve carreira marcada pelo enfrentamento ao crime organizado. Foi o primeiro delegado a investigar a atuação do PCC no estado e chegou a ser jurado de morte por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2019. Também comandou diversas divisões da Polícia Civil, chefiou a Delegacia-Geral e atuou como professor universitário e instrutor da Acadepol.
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