O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) intensificou as investigações sobre a morte de cavalos supostamente envenenados por ração contaminada. De acordo com nota divulgada nesta sexta-feira (11), até o momento foram confirmadas 238 mortes de equinos em diversos estados brasileiros. Somente em Goiânia, 70 animais morreram.
A principal suspeita recai sobre produtos fabricados pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda, cuja sede fica em Itumbiara, no sul de Goiás. Segundo o Mapa, os animais que adoeceram ou morreram consumiram rações da marca, enquanto os que não ingeriram os produtos, mesmo alojados nos mesmos ambientes, permaneceram saudáveis.
As mortes, registradas em estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Rio de Janeiro, vêm causando forte impacto no setor agropecuário. Também foram confirmados 40 óbitos no sudoeste da Bahia, 34 em Jarinu (SP), 10 em Santo Antônio do Pinhal (SP), 18 em Uberlândia (MG), 8 em Guaranésia (MG), 8 em Jequeri (MG) e 7 em Mariana (MG).
A primeira denúncia oficial foi registrada no dia 26 de maio, e, desde então, o ministério tem conduzido inspeções em diversas propriedades. Segundo a pasta, os animais que não ingeriram a ração investigada, mesmo convivendo nos mesmos ambientes, permaneceram saudáveis.
A Nutratta anunciou, no dia 18 de junho, o recolhimento preventivo de todos os lotes de ração para equinos fabricados a partir de novembro de 2024, após relatos de intoxicação. A medida foi determinada pelo Mapa. A empresa afirmou que vem colaborando integralmente com as autoridades e que o recolhimento tem caráter preventivo, para permitir uma investigação técnica mais profunda, incluindo análises laboratoriais.
“Estamos lidando com os fatos com extrema seriedade e nos solidarizamos com todos os criadores que foram impactados nesse momento difícil”, declarou a empresa em nota oficial.
Inspeções realizadas pelo Mapa constataram irregularidades nas instalações da empresa, que havia sido fiscalizada pela última vez em fevereiro de 2025. Após a identificação de alcaloides pirrolizidínicos, substâncias tóxicas e incompatíveis com a alimentação animal, a pasta instaurou processo administrativo, lavrou auto de infração e determinou a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações para equinos. A suspensão foi posteriormente ampliada para rações de todas as espécies animais.
Apesar da gravidade da situação, uma decisão judicial recente autorizou parcialmente a retomada da produção e comercialização de rações não destinadas a cavalos. O Ministério já recorreu da decisão, apresentando novas evidências técnicas que reforçam os riscos sanitários e a necessidade de manter a proibição.
O Mapa esclarece que o acompanhamento da retirada dos produtos ainda está em curso e que a empresa não apresentou documentação que comprove a finalização do recolhimento de todos os lotes suspeitos. Enquanto isso, continuam válidos os alertas às autoridades locais, criadores, tutores e médicos veterinários.
A pasta reforça que novos casos devem ser formalizados exclusivamente por meio da Ouvidoria Oficial, canal para registro e apuração de denúncias, o que tem dificultado a análise em algumas localidades onde as informações chegaram de maneira informal.
Por fim, o Mapa reiterou seu compromisso com a saúde animal e com a segurança da cadeia produtiva agropecuária. O caso segue em investigação e o número de mortes pode aumentar nos próximos dias, conforme novas denúncias forem registradas e confirmadas
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