Mais de 2.600 protestos “No Kings” (“sem reis”) tomaram as ruas dos Estados Unidos neste sábado (19) em oposição às políticas do presidente Donald Trump. Somente em Nova York, cerca de 100 mil pessoas se reuniram na Times Square, segundo o Departamento de Polícia da cidade. O movimento, que critica a guinada autoritária do governo, é considerado uma das maiores mobilizações desde o retorno do republicano à Casa Branca.
“Trump está levando o país à autocracia”, dizem organizadores
De acordo com os organizadores dos atos, o presidente Trump estaria conduzindo os EUA em direção a uma “autocracia”, com medidas que incluem o endurecimento das políticas migratórias, redução da força de trabalho federal e cortes de financiamento a universidades de elite por motivos ideológicos, como protestos pró-palestinos, políticas de diversidade e inclusão de pessoas transgênero.
A expectativa, baseada nas inscrições online de manifestantes, era de que os protestos deste sábado superassem os do mês de junho, quando mais de 2.000 atos ocorreram no mesmo dia em que Trump completou 79 anos e celebrou com um desfile militar em Washington.
Times Square e outras cidades reuniram multidões
Em Nova York, a polícia confirmou que mais de 100 mil pessoas participaram pacificamente dos protestos do movimento “No Kings” em todos os cinco distritos da cidade. “Mais de 100 mil pessoas exerceram pacificamente seus direitos garantidos pela Primeira Emenda, e não houve prisões relacionadas aos protestos”, informou o Departamento de Polícia no X (antigo Twitter).
Em Portland, cerca de 40 mil manifestantes marcharam em clima de “carnaval”, segundo o Portland Tribune. Já em Chicago, aproximadamente 100 mil pessoas participaram do ato no Grant Park, que se estendeu até a Trump Tower — onde manifestantes ergueram o dedo do meio em protesto, conforme relatou o The Guardian.
“Não temos reis”, afirmam manifestantes
“Não há nada mais americano do que dizer que não temos reis e exercer nosso direito de protestar pacificamente”, declarou Leah Greenberg, cofundadora da organização Indivisible, uma das principais articuladoras dos protestos. Pesquisadores como Dana Fisher, professora da Universidade Americana, estimam que mais de 3 milhões de pessoas tenham participado dos atos em todo o país.