A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, na tarde desta quinta-feira (6), uma carga variada de produtos irregulares transportada em um carro na BR-153, em Morrinhos, região sul de Goiás. A ocorrência foi registrada durante uma fiscalização de trânsito que integra ações contínuas de combate ao contrabando e ao descaminho nas rodovias federais do estado.
A abordagem aconteceu após os agentes perceberem sinais suspeitos. Durante a vistoria inicial, os policiais encontraram no porta-malas garrafas de whisky, perfumes importados e equipamentos eletrônicos sem a devida documentação fiscal. Diante das irregularidades evidentes, a equipe procedeu com uma inspeção mais detalhada no interior do automóvel.
Foi nesse momento que os policiais identificaram compartimentos internos modificados, destinados ao ocultamento de mercadorias. Nesses espaços, estavam armazenados 385 canetas emagrecedoras e 113 celulares, todos novos e sem comprovação de origem. O tipo de acondicionamento e a variedade dos produtos indicaram, segundo a PRF, forte indício de transporte com finalidade comercial.
O carro era conduzido por um homem de 31 anos, acompanhado de uma mulher de 25. Ambos informaram aos policiais que os itens seriam para consumo pessoal e que teriam Goiânia como destino final. A justificativa, porém, não foi considerada compatível com o volume e com a forma de organização das mercadorias. A PRF destacou que o uso de compartimentos ocultos é um método comum em ocorrências relacionadas a contrabando e descaminho.
Ao todo, a apreensão contabilizou:
11 garrafas de whisky;
6 unidades de cosméticos e perfumes;
113 celulares;
385 canetas emagrecedoras.
Os produtos foram encaminhados à Receita Federal, órgão responsável por identificar a origem da carga, avaliar possíveis valores tributários envolvidos e dar continuidade ao procedimento administrativo. A corporação também deverá analisar se há vínculos da ocorrência com rotas já monitoradas de entrada e distribuição de mercadorias irregulares no estado.
A PRF informou que o caso, em princípio, se enquadra nos crimes de contrabando e descaminho, tipificações aplicadas quando há importação irregular de produtos ou tentativa de burlar o pagamento de impostos devidos. No caso específico das canetas emagrecedoras — categoria que inclui medicamentos ou produtos de uso controlado — pode haver ainda responsabilização por crime contra a saúde pública, já que a comercialização depende de autorização sanitária.
Segundo a corporação, o aumento de apreensões desse tipo ao longo de 2024 e 2025 está relacionado a estratégias de fiscalização mais intensas e ao uso de informações de inteligência. A BR-153, principal eixo rodoviário que corta Goiás de norte a sul, é considerada uma rota relevante tanto para o transporte regular de cargas quanto para tentativas de movimentação de mercadorias irregulares.
Além do impacto tributário, a circulação de produtos sem registro ou comprovação fiscal pode representar riscos ao consumidor, especialmente no caso de medicamentos e itens estéticos adquiridos fora dos canais oficiais. Produtos sem certificação podem conter substâncias proibidas, formulações inadequadas ou não seguir normas de segurança exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O veículo também foi retido e está à disposição das autoridades federais para os procedimentos legais. Os ocupantes foram ouvidos e, após os trâmites da PRF, o caso seguirá para avaliação da Receita Federal e do Ministério Público, que poderão definir eventuais desdobramentos criminais.
Confira a ação da PRF:
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