Faleceu na noite de sexta-feira (11), em Goiânia, o padre César Luis Garcia, aos 71 anos, vítima de um câncer ósseo na região da bacia. Além de sua trajetória como sacerdote da Paróquia Mãe de Misericórdia, ele também teve presença marcante na vida pública da capital, onde ocupou cargos nas gestões dos ex-prefeitos Nion Albernaz e Iris Rezende. O velório está ocorrendo neste sábado (12), com missa de corpo presente às 15h e sepultamento programado para as 17h, no Cemitério Jardim das Palmeiras.
Conhecido por sua articulação política e pelo trânsito entre ambientes religiosos e institucionais, padre César exerceu influência não apenas no meio eclesiástico, mas também em espaços de formulação de políticas públicas e ações culturais.
Em nota, a Arquidiocese de Goiânia prestou uma homenagem ao padre: “Agradecidos pela frutuosa missão do Pe. César nesta Igreja Particular de Goiânia, unamo-nos em oração, com fé e na esperança da ressurreição, confiantes na misericórdia de Deus”.
Pe. César Luis Garcia
Nome presente na cultura e nas relações internacionais de Goiânia
Durante o último mandato do ex-prefeito Nion Albernaz, o padre César foi nomeado secretário municipal de Cultura. À frente da pasta, liderou projetos voltados à promoção de atividades artísticas e ao fortalecimento da diversidade cultural em Goiânia. Também foi responsável por articular iniciativas de diálogo inter-religioso, promovendo encontros entre diferentes tradições de fé.
Mais tarde, na administração de Iris Rezende, assumiu o cargo de assessor internacional. A nomeação chamava atenção, já que o prefeito era conhecido por evitar viagens ao exterior, enquanto padre César desempenhava papel ativo na organização de missões religiosas fora do país. Frequentemente, conduzia grupos de peregrinos à Terra Santa, com roteiros voltados à vivência espiritual em locais históricos de Israel e da Palestina.
Essas atividades internacionais contribuíram para a aproximação de comunidades cristãs do Oriente Médio com lideranças brasileiras, inclusive dentro da estrutura administrativa da Prefeitura. A atuação do padre nessas frentes fez dele uma figura singular: ao mesmo tempo, sacerdote, gestor público e articulador entre diferentes esferas.
Ele também teve passagem pela Controladoria Geral do Estado (CGE), colaborando com projetos de transparência e participação social no governo estadual.
Além disso, em 2014, ganhou destaque nacional ao participar de uma cerimônia de bênção a um casal homoafetivo em Goiânia. A repercussão gerou controvérsia dentro da Igreja, e ele chegou a ser suspenso temporariamente de suas funções. O caso foi posteriormente analisado pelo Tribunal Eclesiástico de Brasília, que permitiu seu retorno às atividades religiosas. O padre explicou, na época, que havia apenas feito uma oração e que o ato não se tratava de um casamento ou sacramento oficial.
Apesar das polêmicas, sua atuação continuou voltada à escuta e ao acolhimento. Ele era reconhecido por manter as portas da paróquia abertas a pessoas em situação de vulnerabilidade, além de liderar atividades de cunho comunitário e espiritual.
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