A psicóloga e ativista da causa LGBTQIA+ Beth Fernandes, mulher trans e uma das principais referências na luta pelos direitos das pessoas transexuais em Goiás, morreu na quarta-feira (15). A causa da morte não foi divulgada.
Beth, cujo nome de registro é Roberta Fernandes de Souza, teve uma trajetória marcada por pioneirismo, coragem e compromisso com a diversidade. Atuou em conselhos estaduais e nacionais de direitos humanos, além de ter sido uma das vozes mais ativas do movimento LGBTQIA+ no estado desde os anos 1980.
“Beth foi, e sempre será, a diva da militância, a pedagoga do ativismo, a mãe de muitos de nós. […] Uma constelação inteira”, diz trecho de uma homenagem publicada por colegas de militância.
Legado e atuação de Beth Fernandes
Formada em Psicologia, Beth iniciou sua militância na década de 1980 e, ao longo dos anos, ajudou a construir políticas públicas voltadas à diversidade. Em 2011, fundou o Fórum de Transexuais de Goiás e coordenou a Parada LGBT de Goiânia por diversos anos, contribuindo para ampliar a visibilidade e o respeito à comunidade LGBTQIA+.
A Associação da Parada do Orgulho GLBT de Goiás destacou, em nota, o impacto de sua trajetória.
“Beth deixa um legado inestimável de coragem, resistência e humanidade. Sua voz, suas ações e seu amor transformaram vidas e instituições”, manifestou a entidade.
Repercussão
Diversas instituições e autoridades lamentaram a morte da ativista. A vereadora Kátia Maria (PT) e os deputados estaduais Mauro Rubem (PT) e Bia de Lima (PT) prestaram homenagens nas redes sociais. A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) manifestou solidariedade à família e aos amigos.
“Beth deixa um legado de luta e resistência em prol dos direitos da população LGBTQIAPN+. Que sua trajetória seja inspiração àqueles que lutam pelo direito de existir com dignidade”, diz a nota.
Foto: Secom
Em nível nacional, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) também publicou uma homenagem, ressaltando o papel de Beth na formação de lideranças e construção de políticas públicas.
“Beth não nos deixa apenas saudades — deixa um legado para ser retomado e multiplicado. Que cada conquista carregue seu espírito de resistência”, destacou o texto.
O Conselho Regional de Psicologia da 9ª Região (CRP-GO) também expressou pesar, reconhecendo Beth como “uma das pioneiras do ativismo LGBTQIAPN+ no Brasil e referência na defesa da diversidade em Goiás.”
Velório
O velório de Beth Fernandes aconteceu nesta quinta-feira (16), às 7h, no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia. O sepultamento foi realizado às 11h.