O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da Carta Capital, morreu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês e enfrentava problemas de saúde. A revista confirmou o falecimento às 5h59 e destacou que sua trajetória se confunde com a história do jornalismo brasileiro.
Nascido em Gênova, na Itália, Mino revolucionou a imprensa nacional. Criou e dirigiu revistas de grande impacto, como Quatro Rodas (1960), Veja (1968), Isto É (1976) e Carta Capital (1994). Também esteve à frente do Jornal da Tarde (1966), reconhecido pela linguagem inovadora e diagramação ousada.
Mesmo o fracasso do Jornal da República (1979), lançado em meio à abertura política, virou marco da imprensa. Ao longo da carreira, Mino enfrentou a ditadura militar e se destacou quando a Veja publicou denúncias de tortura, o que resultou em censura e pressões.
Em entrevistas recentes, o jornalista demonstrava desencanto com a política brasileira. Também criticava os impactos da tecnologia, afirmando que a imprensa havia se tornado “escravizada pelas novas mídias”.
Segundo a Carta Capital, sua maior realização foi a própria revista que fundou em 1994. Construída sobre três pilares — fidelidade aos fatos, espírito crítico e fiscalização do poder —, a publicação completa 31 anos em 2025.
Além do jornalismo, Mino se dedicou à literatura. Escreveu romances como Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016), que misturam memórias pessoais e reflexões filosóficas.
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