Fundado em 1938, o Jóquei Clube de Goiás foi um dos principais centros da vida social e esportiva de Goiânia ao longo do século XX. Inicialmente localizado onde hoje está a Praça Cívica, transferiu-se pouco tempo depois para um amplo terreno no Setor Central, na Avenida Anhanguera, cercado por áreas verdes e considerado um espaço nobre da capital. O local foi palco de corridas de cavalo, bailes tradicionais e encontros de personalidades importantes da elite goiana.
Durante as décadas de 1950 a 1970, o clube viveu seu auge. Era referência no turfe nacional e centro de eventos sociais sofisticados. Sua estrutura contava com arquibancadas, pista de corrida, salões de festas e ambientes destinados à prática esportiva. O Jóquei não apenas refletia o estilo de vida da elite local, como também ajudava a consolidar a identidade urbana de Goiânia em seus primeiros anos como capital do estado.
Na década de 1990, com o objetivo de modernizar o espaço, o clube contratou um novo projeto arquitetônico assinado por Paulo Mendes da Rocha, um dos nomes mais importantes da arquitetura brasileira. A proposta previa um centro cultural e esportivo de padrão internacional. No entanto, dificuldades financeiras e administrativas impediram a conclusão da obra.
A partir dos anos 2000, o Jóquei entrou em decadência. Com acúmulo de dívidas e perda de relevância social, o espaço foi sendo gradualmente abandonado. Os campos se tornaram matagal, as estruturas foram depredadas e os salões ficaram vazios. Tentativas de venda e parcerias com o poder público não prosperaram, e a dívida acumulada com a Prefeitura de Goiânia ultrapassou R$ 160 milhões.
Apesar do abandono, o espaço permanece como símbolo da memória afetiva da capital. Com o anúncio da desapropriação e transformação em Palácio da Cultura, surge a possibilidade de reverter anos de descaso e dar ao local uma nova função pública, preservando sua história e projetando um futuro de uso coletivo e acessível à população.
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