O horário de verão, que deixou de ser aplicado no Brasil em 2019, voltou a ser tema de discussões no setor elétrico. A medida, que adiantava os relógios em uma hora entre novembro e fevereiro, tinha como objetivo reduzir o consumo de energia nos horários de pico. Até o momento, não há confirmação do retorno em 2025, já que a decisão final cabe ao governo federal.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) avaliou em julho a possibilidade de recomendar a volta da medida ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Segundo o órgão, o horário de verão poderia ajudar a enfrentar o déficit de potência esperado para os próximos meses.
Discussão técnica sobre retorno
Em nota, o ONS informou que, de acordo com as projeções de demanda, a medida poderá ser considerada necessária. A expectativa é que a economia chegue a até 2,5 gigawatts (GW) no horário de ponta, entre 18h e 21h. Isso reduziria o uso de usinas termelétricas e daria maior margem de atendimento ao sistema.
Além do horário de verão, o ONS sugeriu outras ações para reforçar a rede elétrica, como a conclusão de quatro linhas de transmissão ainda em 2025 e a utilização do mecanismo de Resposta da Demanda. O órgão também destacou a importância de preservar os recursos hídricos para o período.
Fontes ouvidas pela revista Exame afirmaram que o tema está em análise pelo CMSE. No entanto, a adoção da medida depende de decisão do governo Lula. Em 2024, o mesmo debate ocorreu, mas não houve retomada.
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Como funcionava a medida
O horário de verão era simples: adiantava-se o relógio em uma hora para aproveitar mais a luz solar no fim do dia, reduzindo o consumo de iluminação artificial. A regra previa início no primeiro domingo de novembro e término no terceiro domingo de fevereiro, podendo se estender em caso de carnaval.
Com a mudança, o pico de consumo no início da noite era suavizado, evitando sobrecargas na rede. O ONS calcula que cerca de 20% da energia sai do sistema ao pôr do sol, o que exige maior uso de outras fontes de geração.
Em 2019, o governo federal decidiu suspender a medida após estudos técnicos indicarem que ela havia perdido eficácia. O avanço do uso de ar-condicionado neutralizou o benefício da economia de iluminação. Em alguns cenários, o consumo chegou a aumentar no fim da tarde.
O horário de verão foi instituído em 1931 e passou a ser adotado de forma contínua entre 1985 e 2019. Era aplicado apenas nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Distrito Federal, onde a diferença de luminosidade entre estações é maior.
Até agora, não há data prevista para o retorno do horário de verão em 2025. O tema segue em análise pelo CMSE e depende de decisão do governo federal.
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