O ex-companheiro de Bárbara Alvim Silva, Luiz Gustavo Rodrigues Rocha, confessou ter cometido o crime de feminicídio contra a jovem de 28 anos, atirando contra ela dentro de um condomínio localizado no Jardim Cerrado 6, em Goiânia. Bárbara, que trabalhava como técnica de enfermagem, tinha buscado proteção legal e possuía uma medida protetiva contra o agressor, concedida pela Justiça após episódios anteriores de agressões físicas e ameaças. A medida visava garantir sua segurança e impedir qualquer aproximação de Luiz Gustavo, mas, mesmo com a ordem judicial em vigor, o suspeito desrespeitou a determinação, mostrando desprezo pelas normas de proteção à vida da vítima e culminando na tragédia que chocou a comunidade local.
Bárbara Alvim Silva, de 28 anos, foi vitima de feminicídio pelo ex-companheiro Luiz Gustavo Rodrigues Rocha / Foto: Reprodução/Redes Sociais
Crime do feminicídio
O crime ocorreu no último sábado, dia 18. Luiz Gustavo foi preso em flagrante no mesmo dia pelos crimes de feminicídio e porte ilegal de arma de fogo.
Em vídeo divulgado pela polícia e pela TV Anhanguera, o suspeito detalhou que voltou ao condomínio onde Bárbara morava mesmo com a ordem judicial em vigor. Ele relatou que tentou conversar com a vítima, mas ela não aceitou o diálogo. Luiz Gustavo disse que havia pedido a ela que retirasse a medida protetiva, o que ela não fez.
“Eu fui lá, tentei conversar, aí depois eu saí do condomínio. Aí não sei o que deu em mim que eu voltei para dentro do condomínio”, relatou o homem. Ele afirmou que, ao retornar, viu Bárbara em uma ligação e suspeitou que ela estivesse acionando a polícia. Em seguida, ele efetuou os disparos: “Hora que eu vi, eu já tinha feito”.
O suspeito, que não aceitava o fim do relacionamento, já havia sido preso em setembro de 2024 por agredir e ameaçar Bárbara. Ele foi solto no dia seguinte à prisão, mas com a imposição da medida protetiva. A ordem judicial determinava que ele mantivesse uma distância mínima de 500 metros da vítima e de seus familiares, além de proibir qualquer tipo de contato.
No domingo (19), a Justiça converteu a prisão em flagrante de Luiz Gustavo em preventiva, levando em conta o risco à ordem pública e a possibilidade de reincidência.
O juiz Joviano Carneiro Neto destacou que o suspeito demonstrou “total desprezo pelas determinações judiciais e pelas normas de proteção à integridade física e à vida da ofendida” ao descumprir a medida protetiva e ir ao encontro de Bárbara, evidenciando o perigo que representava para a vítima e para a sociedade.
A Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO) informou, em nota, que representa o acusado nos processos criminais, cumprindo seu dever legal de garantir a defesa, mas que não se pronunciaria sobre o caso.
Bárbara Alvim Silva deixa dois filhos, sendo um fruto do relacionamento com o autor do feminicídio, hoje com 6 anos. Amigos relataram que a jovem conciliava dois empregos e tinha planos de concluir a faculdade de fisioterapia.
Bárbara Alvim Silva, de 28 anos, foi assassinada pelo ex-companheiro Luiz Gustavo Rodrigues Rocha, de 33, que descumpriu uma medida protetiva e confessou o crime à polícia / Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O Goiás Esporte Clube prestou uma homenagem à torcedora, lamentando que “nem a existência de uma medida protetiva foi suficiente para impedir que o feminicídio tirasse sua vida e deixasse dois filhos sem a mãe”. A publicação ressaltou ainda que, no assassinato de uma mulher, “todas somos” vítimas, reforçando o impacto da violência de gênero e a importância de políticas de proteção às mulheres.
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