A safra 2024/2025 de milho em Goiás deve registrar o melhor rendimento das últimas doze temporadas, segundo o boletim Agro em Dados de julho, divulgado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O estado projeta colher 15,2 milhões de toneladas do grão, alta de 17,2% em relação ao ciclo anterior, impulsionada por condições climáticas favoráveis e avanços tecnológicos no campo.
O desempenho coloca Goiás como o quarto maior produtor de milho do Brasil, respondendo por 11,1% da produção nacional. No cenário brasileiro, a colheita total deve alcançar 128,2 milhões de toneladas, o segundo maior volume da série histórica, mesmo com retração de 3,7% na área cultivada em relação à safra recorde de 2022/2023. A produtividade média nacional também deve ser a mais alta já registrada.
Segundo a Seapa, o avanço goiano é resultado de um conjunto de fatores: clima regular durante o período reprodutivo, boa distribuição de chuvas em abril e investimentos crescentes em tecnologia e manejo. “A expectativa é de uma colheita robusta no estado, impulsionada pelas condições favoráveis de campo”, afirmou o secretário em substituição, João Asmar Júnior.
Situação das lavouras e colheita
Até 24 de maio, a colheita do milho de primeira safra no Brasil havia atingido 86,9% da área plantada. Em Goiás, lavouras da segunda safra no sul do estado já entravam na fase de maturação, enquanto a maior parte estava no enchimento de grãos. Mesmo com a redução das chuvas, o desenvolvimento foi considerado satisfatório.
Dados da AgRural mostram que, no Centro-Sul, 88% da área cultivada com a safrinha 2025 já havia sido colhida até 7 de agosto, contra 81% na semana anterior. Em Mato Grosso, líder nacional, as produtividades continuam excepcionais. Goiás acompanha o ritmo acelerado, com previsão de encerrar as áreas mais tardias até 20 de agosto.
Preços e mercado
O mercado de milho teve forte oscilação no primeiro semestre de 2025. Em Goiás, a saca iniciou janeiro cotada a R$ 74,17, atingiu pico de R$ 89,12 em março, e caiu para R$ 68,15 em junho — queda acumulada de 8,12% no semestre e recuo de 23,5% frente ao valor máximo do ano.
A retração está ligada ao avanço da colheita da segunda safra, ao aumento da oferta interna, à queda das cotações internacionais e à valorização do real frente ao dólar, que reduziu a competitividade das exportações. “Com a menor paridade de exportação, o mercado opera com baixa liquidez e preços em queda”, destacou a Seapa.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia, no entanto, que estoques ajustados e demanda firme podem sustentar os preços nos próximos meses.
Exportações e derivados
Entre janeiro e maio, as exportações brasileiras de milho caíram 18,4% em relação ao mesmo período de 2024, influenciadas pela menor demanda de alguns países e pela boa perspectiva para a safra norte-americana. Ainda assim, abril foi positivo para Goiás, que ampliou a lista de destinos, incluindo Vietnã, Estados Unidos, Egito e Taiwan, além de Portugal, único comprador no mesmo mês de 2024.
No segmento de derivados, o óleo de milho bateu recorde histórico para abril: 54,2 mil toneladas exportadas, somando US$ 55,2 milhões. Goiás contribuiu com 2,3 mil toneladas, superando o volume total embarcado em todo o ano anterior (968,4 toneladas).
Papel na produção de grãos
O milho é um dos pilares da agricultura goiana, ao lado da soja. Na safra 2024/2025, Goiás deve produzir 35,4 milhões de toneladas de grãos, alta de 17% sobre o ciclo anterior, consolidando-se como o terceiro maior produtor nacional. A área plantada total subiu 2,7%, para 7,4 milhões de hectares, e a produtividade média cresceu 13,9%, alcançando 4,7 toneladas por hectare.
“Goiás tem mostrado crescimento consistente na produção agrícola, resultado do trabalho dos produtores, assistência técnica qualificada e políticas públicas eficientes”, ressaltou a secretária em substituição, Glaucilene Carvalho.
Com clima favorável, uso intensivo de tecnologia e mercado atento às oscilações, o estado reforça seu papel estratégico no abastecimento interno e nas exportações brasileiras de milho. A safra atual confirma que, mesmo diante de desafios de mercado, Goiás mantém trajetória de expansão e ganhos de produtividade.
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