Goiânia e todo o Estado de Goiás enfrentam uma semana marcada pelo calor intenso, baixa umidade do ar e risco crítico de queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o clima deve permanecer assim até pelo menos o dia 13 de outubro, quando são previstas chuvas mais intensas. Até lá, algumas regiões podem registrar apenas pancadas isoladas, especialmente no Sudoeste do Estado, que apresenta menor incidência de precipitação.
O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) alerta que nesta quarta-feira (1º) o sol deve predominar em todo o Estado, com temperaturas elevadas à tarde. Municípios como Porangatu e a Cidade de Goiás podem alcançar até 39°C, enquanto Anápolis registra máximas de 30°C.
“A volta das chuvas pegando várias localidades vai ser ali do dia 13 em diante. Até lá, pode ter pancada de chuva aqui e outra ali, como vinha ocorrendo antes”, explica a meteorologista do Inmet, Elizabete Alves Ferreira.
Além do calor extremo, a baixa umidade relativa do ar representa risco crítico à saúde e aumenta as chances de incêndios florestais. Segundo o Cimehgo, 214 dos 246 municípios goianos estão em situação crítica para queimadas.
Recursos hídricos também sofrem pressão: o Rio Meia Ponte, um dos principais do Estado, encontra-se no nível crítico 1, reflexo da longa estiagem. Este cenário reforça a necessidade de atenção redobrada da população e das autoridades para evitar tragédias ambientais e problemas de saúde.
Historicamente, Goiás enfrenta períodos secos prolongados entre os meses de agosto e outubro. Durante essas épocas, o Estado registra aumento significativo de incêndios florestais, baixa vazão de rios e reservatórios e maior incidência de doenças respiratórias. Especialistas afirmam que essas condições se intensificam em anos de estiagem prolongada, quando a vegetação seca e as altas temperaturas aumentam o risco de propagação rápida do fogo.
Cuidados durante o período seco
Com a baixa umidade, que em algumas regiões chega a níveis inferiores a 20%, os especialistas recomendam atenção redobrada à hidratação e à proteção contra o sol. “A recomendação é beber bastante líquido e usar protetor solar. Evitar exercícios físicos entre 10h e 16h porque a umidade do ar fica bem baixa nesse período”, destaca a meteorologista.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) reforça que crianças, idosos e trabalhadores expostos ao calor precisam de cuidados extras. Entre as medidas preventivas estão beber água, sucos naturais ou água de coco com frequência, evitar exposição prolongada ao sol, usar roupas leves e claras, chapéus e protetor solar, além de manter ambientes internos ventilados e umidificados com toalhas molhadas ou umidificadores.
O ressecamento da pele e das mucosas favorece alergias, irritações nos olhos, crises de asma, bronquite e sangramentos nasais. Ambientes secos também prolongam a sobrevivência de vírus e bactérias, o que aumenta o risco de doenças respiratórias. Em caso de sintomas como tontura, mal-estar, dificuldade para respirar ou sangramentos intensos, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde.
Escolas e espaços coletivos devem incentivar a hidratação constante, oferecer água, sucos ou água de coco, manter ambientes ventilados e promover conscientização sobre os riscos da exposição ao calor e à baixa umidade.
Além disso, é recomendável que empresas e estabelecimentos comerciais disponibilizem bebedouros e orientem os funcionários sobre pausas regulares em horários de maior calor para garantir a proteção da saúde e produtividade.
Chuvas em Goiás só a partir de 13 de outubro
O Inmet prevê que as chuvas mais intensas chegarão a Goiás a partir de 13 de outubro. Até lá, o cenário permanece de calor extremo e pancadas isoladas de chuva. Enquanto isso, a combinação de altas temperaturas, vegetação seca e baixa umidade cria condições críticas para a propagação de incêndios, inclusive em unidades de conservação, como os parques Serra de Caldas Novas, Serra Dourada, Pirineus, Terra Ronca e Altamiro de Moura Pacheco.
A subsecretária de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, alerta que a maioria dos incêndios é provocada por ação humana. “Nesta época do ano, qualquer foco de fogo pode se espalhar rapidamente. Evitar queimadas e adotar medidas preventivas é fundamental”, reforça.
O período de estiagem também impacta os recursos hídricos. Rios importantes, como o Araguaia em Nova Crixás e o Meia Ponte em Goiânia e Itumbiara, atingem níveis críticos, enquanto outros, como Vermelho e Turvo, apresentam tendência de queda nos níveis. A seca prolongada afeta não apenas o abastecimento urbano, mas também a agricultura e a pecuária, o que torna a gestão hídrica ainda mais estratégica neste período.
A Climatempo mantém o alerta muito alto para queimadas em Goiás e em outras regiões do Centro-Oeste. Goiânia, cidades do Oeste da Bahia, Sul do Tocantins, Oeste de Goiás e parte do extremo Leste de Mato Grosso estão em emergência, com umidade abaixo de 12%. Outras capitais, como Campo Grande, São Paulo, Belo Horizonte e Cuiabá, registram níveis críticos, entre 21% e 30%.
A qualidade do ar pode permanecer comprometida por vários dias consecutivos, com valores muito abaixo do ideal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com aumento dos riscos de problemas respiratórios. Com a chegada do período de calor intenso, é essencial redobrar os cuidados com a saúde e o bem-estar.
Para os próximos dias, a previsão de temperatura em Goiânia indica mínimas entre 22°C e 25°C e máximas que podem chegar a 38°C. Na quarta-feira (1º), mínima de 23°C e máxima de 38°C; na quinta-feira (2), mínima de 25°C e máxima de 36°C; na sexta-feira (3), mínima de 23°C e máxima de 37°C; no sábado (4), mínima de 23°C e máxima de 37°C; e no domingo (5), mínima de 24°C e máxima de 37°C.
Além disso, especialistas recomendam que a população participe ativamente da prevenção de incêndios, com denúncia de focos de queimadas e ao evitar o uso de fogo em áreas abertas. A união de medidas individuais, coletivas e governamentais será fundamental para enfrentar esse período de calor extremo e proteger a saúde e o meio ambiente em Goiás.
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