A viagem que deveria ser marcada por afeto e reencontro entre mãe e filha terminou de forma trágica em Buenos Aires. A servidora goiana aposentada do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Maria Vilma Cascalho, de 69 anos, morreu depois de ser atacada por um morador de rua no último dia 5, enquanto andava pelas ruas da capital argentina. A família só tornou o caso público agora, ao pedir ajuda para viabilizar o traslado do corpo para Goiânia, que enfrenta entraves burocráticos e altos custos.
A goiana estava na Argentina para visitar sua única filha, Carolina, fisioterapeuta e prestes a se formar em Medicina no país. Segundo a família, Maria Vilma estava indo pagar uma conta da filha quando foi surpreendida por um morador de rua. Durante a agressão, ela caiu, bateu com força a cabeça no chão e sofreu um trauma craniano severo, que resultou em sua morte.
De acordo com informações da família da goiana, o agressor foi localizado pouco tempo depois de ter agredido outra pessoa e foi preso. Mas, no entanto, não há informações oficiais se ele continua preso e histórico criminal.
Traslado do corpo
Maria Vilma era servidora aposentada do TJ e tinha 69 anos. (Imagem: Arquivo Pessoal)
Além do impacto emocional, a família da goiana enfrenta agora um segundo sofrimento: a dificuldade para trazer o corpo da servidora para a capital. O processo de repatriação depende de uma série de documentos, autorizações, pagamentos de taxas e contratação de serviços internacionais de funerária — todos muito caros e lentos.
Em publicação divulgada nas redes sociais, os familiares explicam a situação e pedem auxílio financeiro para conseguir concluir o traslado. “Estamos trabalhando de todas as formas para viabilizar o traslado do corpo para o Brasil. Contudo, todo o processo tem se mostrado extremamente burocrático e caro. Por esse motivo, viemos pedir a ajuda de cada um de vocês, que possa se juntar a nós com qualquer quantia em dinheiro para que possamos encerrar esse ciclo tão doloroso com uma despedida digna”, diz a postagem.
A situação reacende um debate que famílias brasileiras enfrentam com frequência em casos de morte no exterior: a repatriação de corpos não é custeada automaticamente pelo governo federal e depende, em grande parte, de esforço próprio dos familiares — especialmente quando não há seguro viagem ou cobertura internacional.
A família da goiana Maria Vilma disse que está recebendo apoio do consulado brasileiro e do Governo de Goiás, mas toda a parte financeira ficou por conta dos familiares, com ajuda de amigos e conhecidos. Uma funerária internacional e está juntando valores para pagar o traslado do corpo da goiana. As doações podem ser feitas pela chave PIX da filha dela: 032.156.621-16 (Carolina Bizinoto).
Em nota, o Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás disse que o Consulado só pode atuar a partir de finalizados os procedimentos da legislação argentina. (Confira a nota completa abaixo)
Homenagens
Em nota, o Sindicato dos Servidores e Serventuários da Justiça do Estado de Goiás (Sindjustiça/GO) lamentou a morte de Maria Vilma. Expressou solidariedade à família e fez uma convocação à campanha de apoio para o translado.
Nas redes sociais, a filha da goiana, Carolina Bizinoto, manifestou a intensa dor que está sentindo pela morte dela. “Oi mãe, não consigo colocar em palavras o que aconteceu. Só consigo sentir, uma dor que
dilacera, que me corrói por dentro. Jamais imaginei que acabaria assim, que meu sonho lhe custasse a vida. Que no melhor momento vividos por nós, que você fosse levada dessa forma. A revolta me consome junto com a dor e com a vontade de voltar no tempo, mas infelizmente não posso”, disse a filha.
Nota do Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás
A família já está em contato com o Consulado Brasileiro em Buenos Aires, que presta o atendimento conforme o protocolo, obedecendo o andamento das investigações das autoridades argentinas sobre o caso. A família solicitou ao Governo de Goiás apoio para dialogar com o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, a fim de obterem celeridade nos procedimentos. O Consulado só pode atuar a partir de finalizados os procedimentos da legislação argentina.
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