Centenas de garimpeiros ilegais invadiram uma fazenda na zona rural de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal, para realizar a extração clandestina de cristais. A movimentação teve início após a divulgação de vídeos nas redes sociais que indicavam a presença de pedras de valor comercial na região, especialmente variedades de quartzo.
A Polícia Civil de Goiás e a Polícia Militar foram acionadas e encontraram diversas pessoas acampadas na propriedade privada, utilizando ferramentas manuais para cavar o solo em busca das pedras. A extração era feita de forma rudimentar, sem qualquer tipo de licença ambiental ou autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Vídeos feitos por drones mostram áreas degradadas, com vegetação destruída e o solo revirado por escavações improvisadas. Relatos indicam que, além dos adultos, havia também adolescentes e crianças no local, o que chamou a atenção das autoridades.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que apura a prática de crimes ambientais, invasão de propriedade e usurpação de bem da União — já que minerais pertencem ao domínio público federal. A propriedade rural invadida também já moveu denúncia formal sobre a ocupação ilegal.
O local foi parcialmente esvaziado durante uma operação policial realizada nesta semana, mas ainda há relatos de movimentação na área. A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acompanham a situação e devem realizar laudos técnicos para avaliar o dano ambiental.
A Prefeitura de Cristalina publicou nota afirmando que não autorizou nenhuma atividade mineradora naquela área e que colabora com os órgãos estaduais e federais para garantir a retirada dos invasores. Também reforçou que atividades desse tipo devem seguir os trâmites legais e obedecer às normas ambientais.
Cristalina é conhecida nacionalmente pela presença de jazidas de cristais e já foi considerada a “capital mundial do quartzo”. No entanto, o crescimento da mineração irregular, especialmente a partir de informações divulgadas nas redes sociais, tem sido motivo de preocupação entre autoridades e ambientalistas.
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