Cerca de 50 militares da reserva foram beneficiados com isenção de Imposto de Renda a partir de laudos falsificados sobre exposição ao césio-137, no maior acidente radiológico do país. Segundo a Polícia Civil, o grupo incluía advogados, médico, engenheiro e militar, que teriam provocado um prejuízo de R$ 1,7 milhão. “Identificamos núcleos distintos: captação, fraude, jurídico e advogados laranjas”, explicou o delegado Leonardo Dias Pires.
Descoberta da fraude do Césio-137,prisões e buscas
Na manhã desta quinta-feira (30), a operação cumpriu prisões temporárias de três advogados, um médico e um engenheiro. O militar da reserva, detido anteriormente, está em liberdade. Foram cumpridos ainda sete mandados de busca e apreensão na região metropolitana de Goiânia.
Em nota, a Ordem dos Avogados do Brasil– Seção Goiás -OAB-GO afirmou que acompanha a investigação para resguardar prerrogativas profissionais e fiscalizar a ética da advocacia, sem comentar prisões ou condenações. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás -Crea-GO comunicou que abriu procedimentos internos para apurar eventuais infrações éticas, reforçando que qualquer desvio será investigado e punido conforme a legislação.
De acordo com a DEIC, o grupo atuava em diferentes frentes na frause do Césio-137: o núcleo de captação recrutava militares e coletava documentos; o núcleo de fraude era responsável por adulterar laudos médicos; o núcleo jurídico utilizava advogados “laranjas” para protocolar as ações; e o núcleo de engenharia supervisionava a falsificação e acompanhava a parte jurídica, garantindo o funcionamento de todo o esquema.
O delegado disse que os advogados cobravam parcelas do valor economizado no imposto e que os materiais biológicos, supostamente enviados a laboratórios, nunca foram analisados, apenas usados para forjar os laudos.
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