A Prefeitura de Goiânia reduziu em 76% os investimentos em infraestrutura no primeiro quadrimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto em 2024 a Capital aplicou R$ 148,4 milhões em obras, neste ano foram apenas R$ 35,7 milhões, segundo dados apresentados durante a prestação de contas da gestão Sandro Mabel (UB) na Câmara Municipal. O corte, justificado pelo prefeito como parte de um esforço para organizar a “casa”, pode ter como resultado a paralisação de obras importantes por toda a cidade.
Entre as obras paradas estão a pavimentação e a rede de drenagem da Chácara São Joaquim, que foi iniciada em junho de 2023, com término previsto para dezembro de 2025 e apresenta apenas 65,77% de execução, com valor total de R$ 30 milhões.
Também estão sem continuidade as obras de terraplanagem, pavimentação asfáltica e galeria de águas pluviais no setor Solar Ville, iniciadas em junho do ano passado, com previsão de entrega em julho deste ano. A obra, estimada em mais de R$ 10,9 milhões, está com 93% concluída, mas encontra-se paralisada.
Outro exemplo é o viaduto da Avenida Leste-Oeste sobre a Avenida Castelo Branco, uma obra de R$ 14 milhões iniciada em maio de 2023, que deveria ser entregue em novembro de 2025 e está com 78% dos serviços realizados, mas também está parada.
A reportagem do O HOJE entrou em contato com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) para questionar como os cortes afetaram o andamento das obras, e o porquê que elas estão paradas.
A pasta informou apenas que a ordem de serviço para a retomada da obra da Chácara São Joaquim foi assinada e os trabalhos devem ser reiniciados na próxima segunda-feira, 2 de junho. E a explicação para a paralisação dessa obra seria de responsabilidade da gestão de Rogério Cruz. “A gestão anterior parou a obra. A atual retomou”, declarou. Sobre os demais projetos paralisados, a secretaria não enviou resposta até o fechamento desta edição.
Futuro investimentos na Capital
Apesar do cenário de retração, o prefeito afirmou que a paralisação é temporária e que a Prefeitura pretende investir até R$ 1 bilhão por ano em infraestrutura nos próximos anos de seu mandato. O anúncio foi feito após a apresentação do superávit de R$ 705 milhões no balanço financeiro do quadrimestre.
Mabel também destacou que as ações realizadas em 2025 devem se concentrar na iluminação pública, por meio do programa Brilha Goiânia, e em asfaltamento pontual em bairros como Jardim Novo Mundo, Vila Morais e na própria Chácara São Joaquim.
O secretário de Finanças, Valdivino de Oliveira, justificou a queda nos investimentos alegando que o período chuvoso limita as ações externas e que parte de 2025 está sendo dedicada à elaboração de projetos. Além disso, o prefeito vem buscando ampliar a captação de recursos.
Na última segunda-feira (26), Mabel se reuniu em Brasília com o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, e apresentou 50 projetos estruturais para Goiânia, com previsão de custo total em torno de R$ 2 bilhões. Entre as obras mencionadas estão melhorias em drenagem urbana, pavimentação, moradia e a canalização do Córrego Botafogo, um dos principais pontos críticos da cidade durante o período chuvoso.
Em contraste com os números da atual gestão, no primeiro quadrimestre de 2024, último ano do mandato de Rogério Cruz, a Prefeitura investiu quase R$ 150 milhões em infraestrutura.
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