O delegado da Polícia Civil de Goiás, Carlos Alfama, e o coronel da Polícia Militar, Edson “Raiado” Rocha, ganharam destaque em casos de grande repercussão no estado, como a prisão da advogada Amanda Partata e as buscas por Lázaro Barbosa. Ambos foram transferidos de função após trocarem críticas nas redes sociais sobre a condução da investigação da morte da servidora pública Nádia Gonçalves de Aguiar, de 47 anos, em Bela Vista de Goiás.
Segundo nota conjunta divulgada pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, todas as medidas administrativas internas já foram adotadas pelas instituições.
Caso Amanda Partata
Entre as investigações conduzidas por Alfama está o caso da advogada Amanda Partata, suspeita de matar o ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86, após um café da manhã em Goiânia, em 2023.
De acordo com a polícia, Amanda teria envenenado as vítimas com alimentos e bebidas servidos durante o encontro. Três horas depois, Leonardo e Luzia passaram mal e morreram no hospital. A suspeita, que teria fingido uma gravidez e ameaçado o ex-namorado, responde por duplo homicídio duplamente qualificado.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Na época, Alfama afirmou que o crime teria sido motivado por sentimento de rejeição após o fim do relacionamento.
Buscas por Lázaro Barbosa
O coronel Edson “Raiado” Rocha ficou conhecido por participar das buscas por Lázaro Barbosa, acusado de matar uma família em Ceilândia (DF), em 2021. A caçada policial mobilizou centenas de agentes, helicópteros, cães farejadores e drones por 20 dias, até a morte do criminoso em confronto com as forças de segurança em Águas Lindas de Goiás.
Foto: Reprodução/TV Globo
Posteriormente, o coronel lançou o livro “Contagem Regressiva”, relatando os bastidores da operação.
Discussão pública e transferências
A discussão entre Alfama e Raiado começou após o coronel compartilhar um vídeo em que um promotor criticava a delegada responsável pelo caso Nádia Gonçalves. Na postagem, ele elogiou a atuação do promotor, o que motivou a reação do delegado.
Em resposta, Alfama defendeu a conduta da colega e explicou que não havia flagrante, razão pela qual o suspeito não poderia ser preso imediatamente. O coronel rebateu, acusando o delegado de desrespeitar o inquérito, e recebeu nova resposta de Alfama, que citou seu histórico de prisões em casos de homicídio.
Após a troca de acusações públicas, a Secretaria de Segurança Pública determinou o afastamento e posterior transferência dos dois. Alfama foi designado para a Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), enquanto Raiado passou a atuar na PM-8, setor de prospecção de recursos da corporação.