A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de uma gestante de 20 anos ocorrida em um motel de Ceres, no Centro Goiano. Um odontólogo, que havia tido um relacionamento com a vítima, e sua atual companheira, uma técnica de enfermagem, foram indiciados por aborto consentido e homicídio doloso qualificado pelo dolo eventual , quando se assume o risco de causar a morte. Ambos estão presos.
Segundo as investigações, o casal, que possui conhecimento na área da saúde, pesquisou na internet métodos para provocar o aborto. Primeiro, tentou comprar um medicamento abortivo pela internet, mas caiu em um golpe. Depois, encontrou outra substância que poderia ser utilizada para esse fim. A vítima estava grávida de dois meses.
No dia do crime, conforme relatou o delegado Matheus Costa Melo, os suspeitos buscaram a jovem na porta de uma academia e a levaram até um motel. No local, diluíram comprimidos em soro fisiológico e aplicaram a solução diretamente na veia da vítima.
A gestante foi levada às pressas para a UPA, já em parada cardiorrespiratória e com intenso sangramento estomacal. Laudos periciais confirmaram que o aborto foi consumado e que a administração inadequada da substância um medicamento indicado apenas para uso oral e em ambiente hospitalar provocou hemorragias graves, levando à morte.
Imagens de câmeras de segurança e dados extraídos dos celulares dos suspeitos comprovaram que o procedimento foi consensual. Ainda assim, segundo o delegado, o casal assumiu o risco ao realizar o aborto de forma clandestina e perigosa.
O inquérito foi encaminhado ao Judiciário e agora segue para análise do Ministério Público, que poderá oferecer denúncia ou pedir novas diligências. Até o momento, a defesa dos indiciados não foi localizada.
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