Nesta terça-feira (23), é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Estresse, uma data que reacende a urgência de refletir sobre os impactos da vida moderna na saúde emocional e física da população. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse já é considerado a “doença do século” e atinge pessoas de todas as idades, desde crianças em idade escolar até idosos.
Dor de cabeça, alterações no sono, irritabilidade, lapsos de memória, queda de produtividade, desmotivação, problemas digestivos e transtornos de humor são apenas alguns dos sintomas que caracterizam um quadro de estresse crônico. Em entrevista ao jornal, a psicóloga Bruna Oliveira alerta: “O estresse não é apenas uma sensação passageira de cansaço ou sobrecarga. Quando contínuo, ele compromete o funcionamento do corpo e da mente, podendo evoluir para quadros mais graves como ansiedade generalizada e depressão”.
Diante desse cenário alarmante, cresce a busca por soluções que vão além da medicina tradicional. Uma delas é o uso das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), que têm como foco o cuidado integral do ser humano. Essas práticas incluem atividades como meditação, ioga, reiki, aromaterapia, acupuntura, fitoterapia, entre outras.
Reconhecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, as PICS têm mostrado resultados positivos no controle do estresse, principalmente quando associadas ao acompanhamento psicológico e médico. Segundo Bruna Oliveira, “essas práticas contribuem para o aumento da consciência corporal e emocional do indivíduo. Elas não substituem os tratamentos convencionais, mas funcionam como uma poderosa aliada no fortalecimento da saúde mental”.
Ela ainda ressalta que o contato com essas terapias promove o autocuidado. “Quando alguém aprende a desacelerar, a respirar de forma consciente, a estar presente no momento, isso já é uma grande vitória na batalha contra o estresse”, completa a psicóloga.
Estresse atinge diferentes fases da vida
Ao contrário do que muitos imaginam, o estresse não atinge apenas adultos em idade produtiva. Crianças e adolescentes também estão cada vez mais afetados, seja pela pressão escolar, excesso de estímulos tecnológicos ou conflitos familiares. “Muitos jovens não conseguem nomear o que sentem, mas apresentam sintomas claros de sobrecarga emocional”, afirma Bruna. “A introdução de práticas como a meditação guiada ou a atenção plena nas escolas tem se mostrado eficaz na melhoria da concentração e redução da ansiedade”.
Entre os idosos, o isolamento social, perdas afetivas e doenças crônicas são os principais gatilhos para o estresse. Atividades como a musicoterapia, o tai chi chuan e as rodas de conversa têm se mostrado valiosas para este público, promovendo socialização, leveza e bem-estar.
O ambiente corporativo ainda figura entre os maiores causadores de estresse. Cargas horárias excessivas, cobranças, falta de reconhecimento e dificuldade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional têm levado muitos trabalhadores à exaustão mental. Para Bruna, é essencial que empresas comecem a investir em saúde mental de maneira estratégica.
“Não se trata apenas de oferecer ginástica laboral ou palestras esporádicas. É preciso criar uma cultura organizacional que valorize o bem-estar, permita pausas conscientes e incentive hábitos saudáveis”, defende a psicóloga. Ela complementa que lideranças conscientes e treinadas para lidar com questões emocionais fazem toda a diferença.
Autocuidado
No combate ao estresse, o primeiro passo é reconhecer que o autocuidado não é egoísmo, tampouco um privilégio. É uma necessidade. A psicóloga Bruna Oliveira reforça que cada indivíduo deve encontrar aquilo que lhe traz equilíbrio. “Não existe receita única. Para alguns, será a prática de atividade física regular. Para outros, pode ser o silêncio de uma caminhada na natureza ou o acolhimento de uma sessão de reiki”.
Neste Dia Mundial de Combate ao Estresse, fica o convite à reflexão e à ação. A prevenção ainda é o melhor caminho, e isso passa por políticas públicas, ambientes saudáveis e, principalmente, pela decisão individual de cuidar da saúde emocional com a mesma seriedade com que se cuida da saúde física.
O post Combate ao estresse exige olhar integral sobre a saúde apareceu primeiro em O Hoje.










