A combinação entre temperaturas elevadas, baixa umidade relativa do ar e ausência prolongada de chuvas tem marcado o inverno em Goiás. De acordo com o boletim do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), divulgado no dia 9 de julho, todas as regiões do estado registram ar extremamente seco, com índices de umidade entre 21% e 30% no período da tarde; patamar classificado pela Organização Mundial da Saúde como “estado de atenção”.
Esse cenário climático impõe uma série de riscos à saúde, especialmente para os olhos, que ficam mais expostos a irritações, inflamações e ressecamentos durante os períodos de estiagem. De acordo com o Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o tempo seco favorece o surgimento ou agravamento de doenças oculares, como conjuntivite alérgica, ceratite, olho seco e inflamações da córnea.
O principal problema relatado por pacientes nessa época do ano é o ressecamento ocular, causado pela baixa umidade e agravado por fatores como o uso excessivo de aparelhos eletrônicos e a exposição ao ar-condicionado. A síndrome do olho seco ocorre quando há uma produção insuficiente de lágrimas ou quando elas evaporam rapidamente, deixando os olhos desprotegidos. Isso pode resultar em sintomas como coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, vermelhidão e visão embaçada.
Para evitar complicações, o Cerof orienta que a população mantenha os olhos sempre lubrificados. A principal recomendação é o uso de colírios lubrificantes, que devem ser indicados por um médico oftalmologista. Outra medida importante é ingerir bastante líquido ao longo do dia e evitar permanecer por longos períodos em ambientes secos ou climatizados sem ventilação adequada.
Outros cuidados simples, como proteger os olhos do vento com óculos adequados, manter os ambientes umidificados com uso de toalhas molhadas ou vaporizadores e evitar exposição direta à poeira, também são eficazes para preservar a saúde ocular durante o período seco.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia alerta que, além desses cuidados pontuais, é essencial manter a rotina de consultas regulares com um oftalmologista. A prevenção e o diagnóstico precoce de doenças oculares são fundamentais para evitar perdas visuais que, em muitos casos, são irreversíveis. Mesmo pessoas que não apresentam sintomas devem realizar check-ups periódicos, especialmente em contextos de maior risco, como o clima seco e as mudanças bruscas de temperatura.
Segundo orientação médica, o intervalo entre as consultas varia de acordo com o histórico de saúde de cada paciente. Indivíduos com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou com histórico familiar de glaucoma e outras enfermidades visuais, devem visitar o oftalmologista com maior frequência. Já adultos saudáveis devem realizar ao menos uma consulta por ano. As crianças também precisam ser acompanhadas desde os primeiros anos de vida, para detectar e corrigir precocemente problemas de visão que possam comprometer o desempenho escolar e o desenvolvimento cognitivo.
A exposição prolongada a ambientes secos, somada à poluição atmosférica e ao aumento das queimadas nesta época do ano, agrava ainda mais a situação. A fumaça, as partículas em suspensão no ar e os poluentes irritam a mucosa ocular e podem desencadear crises alérgicas, conjuntivites e quadros infecciosos.
A população goiana, diante do atual cenário climático, precisa redobrar a atenção. Proteger a visão é um gesto simples, mas essencial para a saúde e qualidade de vida. Com prevenção, orientação médica e medidas cotidianas de proteção, é possível enfrentar o período de estiagem sem comprometer a saúde ocular.
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