Clientes da Meta Agency, concessionária de veículos de luxo que funciona no Setor Oeste, denunciam supostos calotes e irregularidades contratuais que teriam sido cometidas pela empresa. Segundo relatos, carros deixados em regime de consignação teriam sido vendidos, mas os proprietários não receberam os valores devidos no prazo estipulado em contrato — ou sequer tiveram qualquer retorno financeiro. As denúncias se somam à investigação em andamento na Polícia Civil de Goiás sobre o setor. A concessionária deu se defendeu dando a sua versão da história.
A reportagem do jornal O HOJE teve acesso exclusivo a relatos de consumidores que afirmam ter sido lesados pela Meta Agency. “Deixei meu carro no dia 14 de março, foi vendido em 15 de abril. O contrato dava 48 horas para o repasse, mas até hoje não recebi. Falei com mais de cinco pessoas com o mesmo problema”, detalhou uma das vítimas.
Além do suposto atraso nos pagamentos, consumidores apontam falta de transparência, demora no retorno e alegações genéricas sobre “pendências com consórcios”. Alguns casos envolvem a suspeita da transferência de propriedade dos veículos sem autorização expressa dos antigos donos, o que, segundo o advogado especialista em direito do consumidor João Gabriel Caetano, pode configurar abuso. “Com uma procuração, a empresa ganha poder para agir em nome do proprietário. É o ponto mais crítico e requer atenção”, alerta.
Em nota exclusiva ao O HOJE, a Polícia Civil de Goiás informou que há uma investigação em curso sobre concessionárias de veículos de luxo na Capital, mas que os detalhes permanecem sob sigilo. A corporação não citou quais empresas são suspeitas da prática de crimes.
Loja alega calote
A empresária Daniela Marra, sócia da Meta Agency, reconheceu os atrasos nos repasses, mas afirmou que a loja também foi vítima de calote de outra revendedora, a Imports Go, o que teria comprometido o fluxo de caixa. “Nosso compromisso é regularizar 100% dos débitos. Já estamos levantando capital junto a bancos e esperamos resolver tudo nos próximos 60 dias”, disse.
O jornal O HOJE recebeu grande parte das denúncias contra a Meta após a divulgação pública do escândalo que envolve a Imports Go, também investigada por práticas semelhantes. A exposição do caso motivou outros consumidores a relatarem publicamente situações similares em relação à Meta Agency.
A reportagem teve acesso a depoimentos de clientes que buscaram a Meta pela confiança na reputação da empresa, mas só tomaram conhecimento dos problemas depois da repercussão nas redes sociais.
Casos reiterados
O especialista João Gabriel Caetano afirma que casos reiterados como esse podem configurar estelionato, não apenas inadimplemento contratual. “Se comprovado que a empresa pratica sistematicamente o não repasse, pode haver responsabilização penal dos sócios”, explica.
O profissional orienta as vítimas a procurar um advogado o quanto antes e, se possível, entrar com ação judicial para garantir bloqueio de bens. “Quem age rápido tem mais chance de recuperar o prejuízo.”
Também circulam na internet diversas queixas relacionadas à Meta Agency, feitas em sites de reclamação e redes sociais, embora nem todas tenham relação direta com os recentes casos de consignação. A empresa afirma estar aberta a esclarecer dúvidas e a firmar acordos com os clientes lesados.
A reportagem acompanha os desdobramentos do caso
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