Os recentes casos de intoxicação por metanol relacionados ao consumo de bebidas adulteradas acenderam o alerta sobre a segurança de diferentes tipos de produtos alcoólicos. Nesse cenário, cresce a dúvida em torno da cerveja em lata e dos riscos de contaminação.
Segundo o professor Thiago Correra, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), a cerveja apresenta um teor naturalmente baixo de metanol, resultado do próprio processo de fermentação. Além disso, ele destaca que esse tipo de bebida tem menor valor agregado em comparação aos destilados, o que reduz a atratividade para falsificadores.
Outro fator apontado é a embalagem. As latas oferecem maior dificuldade para adulteração do que as garrafas, que podem ser reutilizadas e fechadas novamente. Mesmo assim, Correra ressalta que já houve registros de falsificações em cervejas mais caras. Dessa forma, a recomendação é priorizar sempre fornecedores confiáveis.
O especialista explica ainda que a produção da cerveja praticamente não gera metanol em quantidades relevantes. “É uma bebida fermentada, não destilada. Os níveis que podem surgir são insignificantes para a saúde”, afirmou.
A discussão também alcança os vinhos. Nesses casos, pode ocorrer a formação de pequenas quantidades de metanol devido à fermentação das pectinas das uvas. Entretanto, Correra enfatiza que os níveis são baixos, controlados e considerados seguros quando a produção segue os padrões estabelecidos.
Em qualquer situação, o alerta principal recai sobre a procedência das bebidas. O consumo de produtos falsificados e adulterados representa risco significativo para a saúde e exige atenção redobrada por parte dos consumidores.