Diante da crescente preocupação com os altos índices de casos de dengue em Goiânia, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) iniciaram, na quinta-feira, 3 de abril, uma operação de vistorias compulsórias em imóveis fechados ou abandonados. A iniciativa tem o objetivo de identificar e eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
A operação contará com a participação de auditores da Vigilância Sanitária, agentes de combate a endemias, guardas civis e chaveiros. O ponto de encontro das equipes será na sede do Distrito Sanitário Noroeste, localizada na Avenida do Povo, Quadra 81, na Vila Mutirão, região que registra a maior incidência de dengue na capital, com 834 casos a cada 100 mil habitantes.
Segundo o secretário municipal de saúde, Luiz Pellizzer, a região Noroeste exige uma atenção especial devido à alta taxa de infecção. “Por isso, intensificamos as visitas domiciliares nos bairros mais afetados e iniciaremos a abertura compulsória de imóveis que estão fechados e que podem trazer riscos à saúde pública. Essa é uma medida essencial para conter a propagação do mosquito vetor da doença”, explicou.
A medida está embasada na Lei Federal 13.301/2016, que autoriza a entrada de agentes de saúde em imóveis particulares e públicos em situação de abandono ou na ausência de moradores que possam permitir o acesso, quando tal ação é necessária para conter epidemias.
A Prefeitura de Goiânia divulgou no dia 20 de março os dados atualizados sobre a dengue na cidade. Nas primeiras 11 semanas de 2025, foram confirmados 5.712 casos da doença. Apesar de esse número ser inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, as autoridades alertam para a gravidade da situação e reforçam a importância das medidas preventivas.
Entre os casos confirmados, 291 apresentaram sinais de alarme, indicando sintomas como dor abdominal intensa e vômitos persistentes. Além disso, 22 foram classificados como casos graves, anteriormente conhecidos como dengue hemorrágica. Até o momento, não houve óbitos confirmados, mas 15 mortes estão sob investigação.
As autoridades de saúde reforçam que o combate à dengue não depende apenas das ações do poder público, mas também da população. Pequenos cuidados diários, como eliminar recipientes que possam acumular água parada, tampar caixas d’água e limpar calhas, são essenciais para evitar a proliferação do mosquito.
A prefeitura também tem intensificado campanhas educativas e mutirões de limpeza em diversos bairros. “O envolvimento da comunidade é crucial para reduzirmos os focos do mosquito e, consequentemente, os casos de dengue na cidade”, destaca Pellizzer.
A expectativa é que, com as vistorias compulsórias e o engajamento da população, Goiânia consiga conter o avanço da doença e evitar novas complicações no sistema de saúde pública.
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