Uma funcionária da Prefeitura de Goiânia foi alvo da Operação Ritual do Desvio, realizada pela Polícia Civil de Goiás na manhã desta terça-feira (5). A servidora é investigada por desviar cerca de R$ 425 mil dos cofres públicos, por meio de transações fraudulentas inseridas no sistema contábil da administração municipal.
Segundo as investigações, ela ocupava um cargo na área financeira e teria autorizado pagamentos indevidos em nome de pessoas físicas e jurídicas, incluindo uma prestadora de serviços de bruxaria, uma associação esportiva, uma farmácia registrada em nome de sua cunhada e até faturas do seu próprio cartão de crédito.
Sobre o caso, o ex-prefeito Rogério Cruz afirmou, por meio de nota, que não tinha conhecimento dos fatos e que eventuais apurações devem ser feitas pelas autoridades competentes. Ele também declarou estar à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre os atos de sua gestão.
Quanto às funções da servidora na prefeitura durante sua administração, Cruz explicou que as atividades por ela exercidas estavam de acordo com as atribuições dos cargos ocupados, sob supervisão direta de seus chefes imediatos e das secretarias responsáveis
A servidora também seria supostamente suplente da Câmara de Fiscalização, Ética e Disciplina do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO). Em nota, o CRC informou que soube da operação pela imprensa e que está acompanhando as investigações.
O CRC-GO esclareceu ainda que a servidora investigada não exercia funções contábeis na Prefeitura de Goiânia. Sua atuação era na Gerência de Execução Financeira, setor ligado ao Tesouro Municipal, responsável pela execução de despesas, controle bancário e repasses orçamentários.
Além da prisão dos envolvidos e das buscas nas residências, a Justiça determinou o bloqueio de valores nas contas bancárias dos investigados e a suspensão imediata da servidora de suas funções públicas.
Operação Ritual do Desvio
As diligências ocorreram simultaneamente em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Bela Vista de Goiás e Maceió. A operação é resultado de uma investigação que apura um esquema de desvio de dinheiro público diretamente da conta da Prefeitura de Goiânia, realizado por uma servidora que, à época dos fatos, ocupava um cargo específico na administração municipal.
De acordo com a apuração, a funcionária inseria dados falsos no sistema contábil para autorizar pagamentos indevidos. As primeiras irregularidades foram identificadas pela Controladoria-Geral do Município (CGM), que deu início ao processo de responsabilização. Só em 2025, a servidora teria efetuado 14 transações fraudulentas, desviando aproximadamente R$ 425 mil dos cofres públicos.
Entre os beneficiários estão uma mulher que presta serviços de bruxaria, uma associação desportiva, uma farmácia registrada em nome da cunhada da investigada, além do pagamento de faturas de cartão de crédito pessoais da própria servidora
Além da prisão dos envolvidos e das buscas domiciliares, a Justiça determinou medidas cautelares, como o bloqueio de valores nas contas bancárias dos investigados e a suspensão imediata da servidora das funções públicas. A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos e rastrear o destino final dos recursos desviados.
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