Um avião de pequeno porte caiu sobre uma residência no Setor Santos Dumont, em Goiânia, na tarde desta segunda-feira (13). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o piloto, identificado como Maurício Araújo, de 60 anos, sofreu uma contusão na cabeça e escoriações leves, mas foi socorrido consciente e sem risco de morte.
O tenente Dorvenice Machado, do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, contou que a equipe chegou rapidamente ao local e encontrou a aeronave parcialmente sobre o telhado da casa.
“Quando chegamos ao local, a aeronave estava sobre a residência. O piloto já havia saído de dentro do avião e apresentava um corte na cabeça, com leve sangramento. Fizemos a contenção e o conduzimos para avaliação médica, mas ele estava consciente, verbalizando bem, tranquilo e sem queixas de dor”, relatou o tenente.
De acordo com ele, havia uma moradora na casa no momento do acidente, mas ela não sofreu ferimentos.
“Era uma mulher, que estava bastante assustada, mas sem lesões. O quarto atingido parece ser de uma criança ou adolescente, mas não havia ninguém ali. Parte da aeronave — a asa e parte da fuselagem — caiu sobre o telhado e atingiu um cômodo da casa, possivelmente um lavabo”, explicou.
O piloto contou aos bombeiros que o motor do avião parou durante o voo e que tentou reiniciá-lo, mas sem sucesso.
“Ele relatou que o motor ‘calou’. Tentou refazer a partida no ar, mas não conseguiu. Então, procurou um local para um pouso de emergência e acabou atingindo essa residência”, afirmou Dorvenice.
A vizinha Ivone dos Santos Rezende, uma das primeiras a chegar ao local, descreveu o susto e o momento do resgate
“Foi um momento de muito susto e preocupação. O avião não fez barulho antes de cair, só ouvi a explosão. Quando percebi que era aqui, corri para ajudar. A dona Geralda, que mora na casa, estava em desespero. Ela estava na cozinha e o avião caiu na área, a uns dois metros dela. A gente tirou ela e o piloto de lá, e começou a afastar todo mundo, porque o cheiro de gasolina era muito forte e tinha risco de explosão”, contou.
Foto: Divulgação/CBMGO
Ivone afirma que viu o combustível vazando pelo chão e pelos canos quebrados da casa e que não pensou duas vezes antes de agir.
“Na hora eu não pensei em perigo, só em salvar o piloto. Ele estava saindo por baixo das asas do avião, sangrando, e eu puxei ele pra fora. Depois ele pediu pra eu pegar os pertences dele, e foi o que fiz. Graças a Deus, só ele estava na aeronave”, completou.
Nota oficial à imprensa
O Aeródromo Nacional de Aviação (ANA) informa que está ciente da ocorrência de um acidente aéreo nas proximidades de suas instalações, nesta segunda-feira (13/10).
Neste momento, todas as informações relativas à ocorrência estão sob responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão competente para conduzir as investigações e apurar as causas do acidente.
O ANA reforça que não emite declarações nem especula sobre circunstâncias ou causas relacionadas a acidentes aeronáuticos, em respeito aos protocolos oficiais e às famílias envolvidas.
O avião era experimental e não tinha autorização para voos comerciais
De acordo com consulta ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), a aeronave de matrícula PU-DNAe era do modelo Seamax M-22, fabricada em 2008.
O registro indica que o avião estava classificado como experimental, de construção amadora, e autorizado apenas para voos visuais diurnos (VFR Diurno). O documento também aponta que a aeronave não possuía autorização para operação de táxi aéreo, ou seja, não poderia ser utilizada para fins comerciais.