O procurador de Justiça Benedito Torres Neto aposentou-se voluntariamente do Ministério Público de Goiás (MP-GO) nesta terça-feira (2). A decisão encerra uma trajetória de 35 anos na instituição, onde ocupou cargos de liderança, incluindo dois mandatos como procurador-geral de Justiça e seis mandatos como presidente da Associação Goiana do Ministério Público (AGMP).
A aposentadoria foi concedida com base na Lei Complementar Estadual nº 25/1998 e garantiu ao procurador os direitos de proventos integrais e paridade. O ato foi assinado pelo atual procurador-geral de Justiça, Cyro Terra Peres, que destacou a relevância da atuação de Torres para o fortalecimento institucional.
Em carta de despedida lida na última sessão do Colégio de Procuradores de Justiça, no dia 25 de agosto, Torres afirmou que conclui sua missão com sentimento de dever cumprido. Ele ressaltou que pretende se dedicar à família, ao campo acadêmico e à advocacia, além de intensificar atividades ligadas à fé. “Encerro essa carta com o coração sereno e cheio de gratidão. Não me despeço; apenas concluo uma etapa, porque a luta pela justiça continuará em mim”, registrou.
Na avaliação de colegas de Ministério Público, sua passagem pela instituição consolidou avanços estruturais após a Constituição de 1988. Segundo o ex-procurador-geral, a construção da estrutura material para dar dignidade ao trabalho do órgão foi um dos principais desafios enfrentados. Ele destacou também que sempre encarou o MP como um espaço de atuação social, voltado às necessidades da população.
Graduado em Direito pela antiga Universidade Católica de Goiás, Torres ingressou no MP em 1990 e iniciou a carreira em Joviânia. Atuou ainda em Cristalina e Itaberaí antes de ser promovido a procurador de Justiça em 2002. Na administração, foi promotor corregedor, membro do Conselho Superior e subprocurador-geral de Assuntos Institucionais. Nacionalmente, presidiu o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça em 2018 e integrou a Corregedoria Nacional entre 2019 e 2022.
Aos 62 anos, Benedito Torres afirmou que a aposentadoria marca o encerramento de um ciclo, mas não sua saída da vida profissional. O ex-procurador pretende iniciar a atuação na advocacia ao lado dos filhos.
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