O governo do Rio de Janeiro enviou, nesta segunda-feira (3/11), um relatório ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com esclarecimentos sobre a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio. A ação, deflagrada em 28 de outubro, teve como alvo o Comando Vermelho (CV) e resultou em 121 mortes, sendo 117 delas classificadas como “opositores neutralizados”.
O documento foi enviado após determinação de Moraes, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como ADPF das Favelas, que acompanha a atuação das forças de segurança no estado. Além das mortes, o governo informou que quatro civis e 13 agentes de segurança ficaram feridos durante o confronto.
A audiência para tratar do caso ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Rio de Janeiro, com a presença de autoridades federais e estaduais. Segundo o texto encaminhado ao Supremo, a operação foi planejada ao longo de dois meses devido à “alta complexidade” do enfrentamento.
Operação no Rio de Janeiro
Castro detalhou que os criminosos estavam fortemente armados e utilizavam vestimentas camufladas para dificultar a identificação. Entre os equipamentos apreendidos, segundo o relatório, havia fuzis, armas de grosso calibre e drones empregados para monitorar as ações policiais.
O governo do estado apresentou ainda uma contextualização sobre a origem e a estrutura do Comando Vermelho, apontado como principal alvo da operação. No documento, o governador argumentou que a ação buscou conter a expansão da facção e retomar o controle territorial de áreas dominadas pelo tráfico.
Castro apresenta explicações ao STF sobre operação na Penha e no Alemão no Rio. Foto: Divulgação
Para justificar o número elevado de mortes, Castro comparou a operação com campanhas militares, afirmando que, em conflitos armados, “busca-se a superioridade de efeitos sobre o oponente para proteção das forças próprias e da população civil”.
A operação se tornou a mais letal da história do Rio de Janeiro e gerou repercussão nacional. Entidades de direitos humanos e órgãos de controle pediram investigação sobre o uso da força policial e o cumprimento das medidas previstas pela ADPF 635.
O STF deve analisar o conteúdo do ofício nos próximos dias. A Corte poderá solicitar novas informações ao governo fluminense, caso considere necessário para o acompanhamento das ações de segurança pública no estado.










