O mercado de alimentação infantil tem passado por mudanças significativas nos últimos anos. A expansão se deve, principalmente, ao aumento da participação das mães no mercado de trabalho e à busca das famílias por alternativas mais saudáveis, práticas e equilibradas para as crianças. Em escala global, as projeções indicam que esse setor deve movimentar aproximadamente 135 bilhões de dólares até 2029, com crescimento médio anual superior a 7% entre 2024 e 2029.
No Brasil, a estimativa é de que o setor movimente em torno de 1 bilhão de reais por ano. Esse desempenho revela tanto a força do consumo interno quanto o potencial de expansão, já que a procura por alimentos prontos e com formulações seguras cresce em diferentes camadas sociais.
Tendências que impulsionam o setor
Entre os fatores que explicam o aumento da demanda estão a conveniência dos produtos prontos para consumo e o apelo nutricional associado a fórmulas enriquecidas. Segmentos como o de papinhas, fórmulas e produtos funcionais ganham destaque, impulsionados pela busca por itens mais naturais, com certificações e menor presença de aditivos. Outra tendência que se fortalece é a exigência por transparência, com rótulos mais claros e ingredientes considerados “clean label”.
No exterior, pesquisas apontam que cresce a adesão a fórmulas com componentes funcionais, como os oligosacarídeos do leite humano, que buscam reproduzir características presentes no aleitamento materno. Já nos canais de distribuição, o comércio eletrônico e os serviços de assinatura têm ampliado espaço, ao mesmo tempo em que supermercados e grandes redes ainda concentram o maior volume de vendas.
Investimentos nacionais em logística
No Brasil, o movimento de expansão também pode ser observado em iniciativas que buscam reforçar a infraestrutura logística. Um exemplo recente foi o investimento de 2,5 milhões de reais na construção de um novo centro de distribuição em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A estrutura, inaugurada em agosto, tem mais de 1.700 metros quadrados de área total e capacidade para armazenar até 2.580 pallets.
Segundo um dos responsáveis pelo projeto, a centralização das operações deve reduzir em até 60% o tempo médio de expedição. Essa mudança permitirá atender com mais rapidez os cerca de 15 mil pontos de venda já abastecidos em diferentes estados. Até então, as operações eram divididas entre Curitiba e São Paulo. A expectativa é de que, com a unificação, o processo logístico se torne mais eficiente e traga impacto direto para consumidores e parceiros comerciais.
Estudo mostra que pais priorizam conveniência e saúde
Geração de empregos e expansão
O novo centro também deve movimentar a economia local, com previsão de geração de até 40 postos de trabalho em três anos. Entre 15 e 20 vagas serão diretas, concentradas nas áreas de logística e armazenagem, enquanto outras 20 devem surgir de forma indireta, em setores como transporte, manutenção e serviços de apoio.
Atualmente, a operação responsável pela iniciativa conta com um portfólio de 28 produtos e prepara o lançamento de dois novos itens em setembro. Também está prevista a chegada de uma linha de alimentos voltada para crianças a partir de três anos de idade, acompanhando a tendência de diversificação e segmentação do consumo infantil.
Desafios e perspectivas
Especialistas avaliam que a expansão da alimentação infantil passa não apenas pela inovação em fórmulas e embalagens, mas também pela capacidade de garantir eficiência logística. A descentralização da produção e a criação de centros de distribuição estratégicos são consideradas medidas fundamentais para atender um mercado cada vez mais exigente.
Outro desafio está na adaptação às regulamentações de segurança alimentar e às exigências de certificações, que se tornam mais rigorosas conforme aumenta a preocupação dos pais com os impactos da alimentação no desenvolvimento infantil. Além disso, a urbanização, a ascensão da classe média e a digitalização dos canais de venda devem ampliar o acesso e consolidar novos padrões de consumo.
Crescimento consistente
Os dados globais e nacionais mostram que o setor de alimentação infantil não se limita a atender uma necessidade básica, mas sim a construir um ecossistema que combina saúde, conveniência, confiabilidade e eficiência. O avanço logístico observado no Brasil é um indicativo de que o país começa a se preparar para competir em um segmento em forte expansão no mundo todo.
Com crescimento projetado até o fim da década e investimentos constantes em inovação e logística, o setor de alimentação infantil segue como um dos mais promissores do mercado de consumo, refletindo a transformação dos hábitos familiares e o peso crescente do bem-estar das crianças nas decisões de compra.
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