Após a queda de um avião monomotor no Setor Santos Dumont, em Goiânia, Goiás já contabiliza 49 acidentes aéreos em 2025, é o que diz o Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer). Somente neste mês de outubro, quatro acidentes chamaram atenção das autoridades e da população, incluindo o episódio registrado na segunda-feira 13 de outubro, que envolveu o piloto Maurício Braga de Araújo, de 72 anos. O idoso sofreu ferimentos leves e recebeu alta hospitalar nesta terça-feira (14), após atendimento médico.
Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), visitaram os destroços do monomotor nesta terça-feira para apurar as causas que levaram ao acidente.
A equipe analisará fatores como condições da aeronave, histórico de manutenção, clima no momento do voo e possíveis falhas humanas. Segundo especialistas, a investigação detalhada é essencial para evitar novos incidentes e reforçar a segurança aérea no Estado.
Outros acidentes envolvendo aviões de pequeno porte
Além do acidente na Capital, outros três episódios ocorreram apenas neste mês. Entre eles, destacam-se colisões em pequenas cidades do interior do Estado, envolvendo aviões de pequeno porte durante pousos e decolagens. Embora não tenham registrado vítimas fatais, os acidentes reforçam a necessidade de atenção redobrada, especialmente em voos realizados por aeronaves de menor porte, frequentemente utilizadas para transporte particular ou atividades recreativas.
No início do mês, um bimotor caiu próximo ao aeroporto de Goiânia, ferindo dois tripulantes. Outra queda ocorreu em Anápolis, onde a aeronave caiu em uma área rural sem atingir moradores, mas provocando danos estruturais à propriedade.
O terceiro acidente do mês foi registrado em Rio Verde, quando um ultraleve perdeu estabilidade durante decolagem, obrigando o piloto a realizar um pouso de emergência. Esses eventos recentes reforçam o alerta sobre a segurança na operação de aeronaves de pequeno e médio porte no Estado.
No início de agosto um avião planador caiu após bater em uma árvore próxima à cabeceira da pista de pouso do aeroporto de Formosa, no Entorno do Distrito Federal (DF). O piloto, de 45 anos, ficou ferido e foi encaminhado a uma unidade hospitalar. Segundo relatou aos bombeiros, ele sobrevoava a área e já iniciava a descida para pouso quando perdeu o controle da aeronave e colidiu com a árvore.
Segundo o SIPAER os principais fatores que contribuem para os acidentes em Goiás incluem condições climáticas adversas, como chuvas intensas, ventos fortes e neblina, além de falhas mecânicas decorrentes de manutenção inadequada ou atrasada.
O fator humano também é determinante: erros de pilotagem, falta de experiência ou descumprimento de procedimentos de segurança são recorrentes em análises do Cenipa. Além disso, a fiscalização insuficiente e a baixa cultura de manutenção preventiva em algumas pequenas aeronaves aumentam o risco de acidentes.
A aviação civil em Goiás registra crescimento considerável nos últimos anos, o que, consequentemente, aumenta a demanda por fiscalização, treinamento de pilotos e inspeção das aeronaves. Autoridades destacam que a combinação de aumento do tráfego aéreo, condições meteorológicas adversas e falhas técnicas exige atenção contínua.
O impacto dos acidentes vai além dos danos materiais. Eles geram insegurança entre pilotos, passageiros e a população, sobretudo quando ocorrem em áreas urbanas, como foi o caso do monomotor que caiu no Setor Santos Dumont. A conscientização sobre segurança aérea e o cumprimento rigoroso das normas são apontados como medidas essenciais para reduzir o número de incidentes e proteger vidas.
A investigação conduzida pelo Cenipa seguirá todos os protocolos de análise de acidentes, incluindo a avaliação de dados de voo, inspeção técnica da aeronave e entrevistas com o piloto. Paralelamente, órgãos de fiscalização recomendam que empresas e particulares adotem medidas preventivas, como inspeção periódica, verificação do histórico de manutenção e treinamento contínuo de pilotos.
Com 49 acidentes registrados em 2025, Goiás enfrenta um desafio crescente em termos de segurança aérea. A atenção a fatores humanos, técnicos e meteorológicos é essencial para reduzir riscos e garantir a proteção de pilotos, passageiros e moradores das áreas próximas aos trajetos de voo.
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