O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, vem de uma família muito rica, com propriedades em sua terra natal, no interior de São Paulo, e até na Flórida, Estados Unidos. Antes de ganhar a eleição na Capital com os votos do governador Ronaldo Caiado, Mabel ficava a maior parte do tempo no zum-zum-zum eu tô voando e não tem ninguém que tá me incomodando porque Goiás é loooooooooooooonge.
Assim podem fazer os bilionários que estão fora da prefeitura: distância do Brasil. O País é maravilhoso, mas tem a maior carga tributária do planeta. Cada vez que o Congresso Nacional se reúne para aprovar desejos de reeleição, o contribuinte recebe um choque no bolso. Se deputados e senadores aprovarem a taxação das grandes fortunas, os super-ricos podem fazer igual a Mabel antes da Fieg e do Paço e Miami me espere agora, Goiânia me espere sentada.
O saco sem fundo
O Governo Federal lançou o pacote da reeleição, que inclui isenção de Imposto de Renda, gás, reforma de casa, bolsa isso, bolsa aquilo, bolsa aquilo outro, tarifa social de energia elétrica, Pé de Meia e muito etc.. Em janeiro, os municípios vão sentir a porretada: apenas com a demagogia no IR de quem ganha até R$ 7.350 vão perder R$ 11,8 bilhões por ano, R$ 387,7 milhões em Goiás. Os cofres federais, um saco sem fundo, serão esvaziados em R$ 25,8 bilhões/ano. De algum lugar teria de sair a recompensa e o local escolhido é a conta do ricaço.
Uma ponta aí está solta: rico nunca perde. Bilionário, então, jamais. De onde ele vai tirar o que perder para o governo? Sim, do bolso de seu cliente. Que é quem? Sim, você mesmo. Não seria melhor os órgãos governamentais gastarem menos? Os Correios, por exemplo, estão há mais de 30 meses com seguidos déficits. Seu último ano no azul foi 2021, ainda com Jair Bolsonaro, quando lucrou R$ 2.276.469. Em 2024, fechou com um rombo de R$ 2.591.248. Só a diferença entre o positivo de 2021 e o vermelho de 2024 já daria para pagar o Gás do Povo de 2026.
Gerou gasto, reduz despesa
O certo seria isso: a cada gasto extra que a reeleição gerar, desfaz-se um ativo podre. Ou pega de quem tem, mas começa pelo governo. Só de janeiro a julho deste ano, a Petrobras investiu R$ 48,8 bilhões. De maio a julho, lucrou R$ 26,7 bilhões. Essa montanha de dinheiro será dividida com os acionistas. Peraê, alto lá, não é “o governo do Brasil do lado do povo brasileiro”? Que tal pegar a parte do governo do Brasil e pagar o Benefício de Prestação Continuada, uma grande ideia transformada em rombo pelo populismo? O BPC custa R$ 100 bi por ano, empata com o lucro da Petrobras.
A demagogia torna a Previdência Social uma fossa mariana, a mais profunda dos oceanos: R$ 293 bilhões neste ano. E o governo fazendo concursos públicos para inchar a já insuportável máquina pública – houve concurso até nos Correios, veja que descalabro!
Portanto, a culpa não é do super-rico. O grande crime de quem ficou venceu financeiramente foi sair do lugar-comum no país do comodismo. É tanta gente do governo falando do rico que o sonho do pobre vai acabar sendo ficar mais pobre ainda. Perguntada sobre o que quer ser quando crescer, após o fim dos mandatos da esquerda, a criança vai responder: “Mendigo”.
E se os amigos bilionários de Mabel pegarem o AeroBruno…
Em 1989, quando Luiz Inácio da Silva e Fernando Collor disputaram a 1ª eleição direta para presidente da República após o período dos generais, havia o risco de o PT ganhar – e o partido àquela época era muito diferente do atual. Num gesto de desespero (ou, como mais tarde reconheceria, de maldade e deslealdade), o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Mário Amato, disse que haveria debandada de empreendedores bem-sucedidos: “Em Portugal, quando os comunistas ganharam, fugiram 80 mil. Aqui, vão fugir 800 mil”.
Mário Amato morreu quando Dilma Rousseff ainda era presidente, então, sobreviveu a tudo e os 800 mil empresários não fugiram até porque não tinham dinheiro para pagar as passagens. Em vez da debandada, houve quebradeira. Agora, se os colegas de fortuna de Sandro Mabel forem ainda mais sobrecarregados de tributos, poderão ter a grande ideia de fazer como o prefeito de Goiânia agia antes de ganhar esse presentaço de Caiado: vazar para Miami, cumprindo a previsão de Amato. Lição que fica: é preciso incentivar as pessoas a ficar ricas, não a temer a riqueza. Quando isenta 100% de quem ganha até R$ 5 mil ou paga só um tiquinho soares de IR se recebe até R$ 7.350, o governo incentiva o jovem a não almejar grandes salários. A ascensão econômico-financeira deve ser incentivada, não satanizada.
Na última quinta-feira (6), o Supremo Tribunal Federal, que está acumulando as funções dos demais poderes, mandou o Congresso Nacional criar o Imposto sobre Grandes Fortunas. Mandou! Determinou! Caso deputados e senadores demorem muito a cumprir a ordem dada por seus chefes do Judiciário, vai acabar o ano legislativo. Então, em 2026, quando estiverem em campanha para ser mantidos nas cadeiras, serão obrigados a executar o que os patrões aprovaram igual à surra da Alemanha, 7 a 1, só que agora quem vai sair esfolado não é o time do Brasil, mas os brasileiros.








