O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou neste domingo (2) a criação de uma campanha virtual para arrecadar fundos em apoio às famílias dos quatro policiais mortos durante a Operação Contenção, realizada na zona norte do Rio de Janeiro. A ação, considerada a mais letal da história do país, deixou 121 mortos, sendo quatro agentes de segurança e 117 civis.
De acordo com o senador Flávio Bolsonaro, a meta da campanha era atingir R$ 400 mil — o equivalente a R$ 100 mil para cada família. Na manhã desta segunda-feira (3/11), o valor arrecadado já ultrapassou a marca de R$ 800 mil, o dobro do pedido, segundo dados divulgados pela plataforma Vakinha, onde a arrecadação está hospedada.
Em sua publicação no X (antigo Twitter), Flávio Bolsonaro escreveu: “Eles perderam a vida lutando por nós. Agora, é hora de lutarmos por suas famílias. Toda a arrecadação será destinada às famílias dos policiais tombados em combate.”
Apoio parlamentar e identificação dos agentes
A iniciativa recebeu apoio de outras figuras políticas, entre elas o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que compartilhou o link da campanha em suas redes sociais. “Faça uma doação para as famílias dos quatro policiais tombados em combate no Rio de Janeiro, que deram suas vidas por nós! Qualquer ajuda faz uma grande diferença”, publicou o parlamentar.
Os quatro policiais mortos foram identificados como Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, comissário da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita), conhecido como “Máskara”; Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, agente da 39ª DP (Pavuna); Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope); e Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, também 3º sargento do Bope. Segundo informações da Polícia Civil, Marcos Vinícius havia sido promovido pouco antes de morrer.
Em nota oficial, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro manifestou pesar pela morte dos agentes. “Heróis que deram suas vidas em defesa da sociedade”, diz o comunicado. A corporação afirmou ainda que “os ataques covardes de criminosos contra nossos agentes não ficarão impunes. A resposta está vindo, e à altura”.
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Operação mais letal do Brasil
A Operação Contenção foi deflagrada no dia 28 de outubro em comunidades da zona norte do Rio de Janeiro, com o objetivo de combater a presença de integrantes do Comando Vermelho vindos de outros estados. Segundo a Secretaria de Polícia Civil, 121 pessoas morreram durante a ação, sendo 117 civis e quatro agentes. O número supera o do Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, em São Paulo, quando 111 presos foram mortos.
A operação mobilizou mais de mil policiais e resultou em 113 prisões, além da apreensão de dez adolescentes. Do total de presos, 33 eram de outros estados. A corporação informou que os suspeitos vieram de oito unidades da federação: Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo. Ainda segundo o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, entre os mortos estavam chefes de facções criminosas que atuavam fora do território fluminense.
Durante a ação, as forças de segurança apreenderam 118 armas, sendo 91 fuzis. O material recolhido foi encaminhado para perícia. O balanço oficial das ocorrências foi divulgado em coletiva de imprensa, na qual a Polícia Civil reforçou que a operação teve como foco conter a expansão de grupos criminosos no estado.
A campanha virtual, criada no mesmo dia em que se celebra o Dia de Finados, rapidamente ganhou repercussão entre apoiadores e usuários de redes sociais. O senador Flávio Bolsonaro afirmou que os recursos serão integralmente repassados às famílias dos policiais mortos. A meta de R$ 400 mil, segundo ele, representa “um gesto de solidariedade para quem ficou sem o amparo de quem morreu no exercício do dever”.
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